Vários membros da NATO e da UE ponderam enviar soldados para a Ucrânia: as notícias que marcaram o 733º. dia de guerra

6 meses atrás 58

Vários Estados-membros da NATO e da União Europeia consideram agora enviar tropas para a Ucrânia. A garantia foi dada pelo primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, nesta segunda-feira. Fico é, de resto, um dos poucos líderes europeus que se opôs ao fornecimento de apoio militar à Ucrânia, e que assumiu uma posição definida por alguns dos seus pares como “pró-Rússia”. O primeiro-ministro eslovaco falava antes de uma conferência de líderes europeus em Paris, tendo declarado: “Limitar-me-ei a dizer que certas teses implicam que vários Estados-membros da NATO e da UE estão a considerar enviar as suas tropas para a Ucrânia numa base bilateral.” Robert Fico prosseguiu: “Não posso dizer com que propósito, e o que deverão fazer lá.” A Eslováquia, membro da UE e integrante da aliança militar da NATO, não enviará soldados para a Ucrânia, fez questão de ressalvar.

Foi o Presidente francês, Emmanuel Macron, que organizou a conferência de última hora em Paris. De acordo com o jornal “The Guardian”, a reunião destina-se a mostrar que a Europa e os EUA têm a determinação política e os meios militares para derrotar Vladimir Putin na Ucrânia. Entre as presenças mais marcantes, destaca-se a do chanceler alemão, Olaf Scholz, e do secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron. Os EUA e o Canadá estão representados na conferência de Paris por funcionários de níveis mais baixos na hierarquia política.

No terreno, as tropas russas garantiram um novo avanço, ao recapturarem uma vila perto da cidade (agora ocupada) de Avdiivka.Os militares russos capturaram a aldeia ucraniana de Lastochkyne, cerca de 5 km a noroeste de Avdiivka. De acordo com a Reuters, a conquista foi comunicada pelo Ministério da Defesa russo. Na manhã desta segunda-feira, os militares ucranianos disseram que tinham recuado da vila de Lastochkyne, para conter melhor o avanço das tropas russas para o Ocidente. "As unidades das Forças Armadas ucranianas retiraram-se da aldeia de Lastochkyne para organizar as defesas […] e impedir que o inimigo avançasse ainda mais na direção ocidental”, referiu o porta-voz militar ucraniano, Dmytro Lykhoviy.

Os ventos da política russa continuam a soprar rumores. Desta vez, uma aliada de Navalny afirmou que o ativista e opositor de Putin estaria prestes a ser libertado, numa troca de prisioneiros, antes da sua morte. Maria Pevchikh disse que as negociações para a troca de Navalny e de dois cidadãos norte-americanos estavam na sua fase final quando o político russo de 47 anos morreu, numa prisão no Ártico, a 16 de fevereiro. O Kremlin negou que a Rússia tenha qualquer envolvimento na sua morte. A certidão de óbito de Navalny refere que o opositor de Putin morreu de causas naturais. Maria não nomeou os dois cidadãos norte-americanos que seriam trocados juntamente com Navalny. Mas fontes diplomáticas dos EUA afirmaram que estão a tentar fazer regressar ao país Evan Gershkovich, repórter do “Wall Street Journal”, e Paul Whelan, antigo fuzileiro naval norte-americano.

ANNA SZILAGYI/EPA/Lusa

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ A Dinamarca encerrou a investigação para apurar responsabilidades pela explosão do Nord Stream. As autoridades dinamarquesas desistiram do apuramento sobre as explosões de 2022 nos gasodutos Nord Stream, que transportam gás russo para a Alemanha. É o segundo país a fazê-lo, depois de a Suécia ter também encerrado a sua investigação. A polícia de Copenhaga disse acreditar que houve sabotagem deliberada das linhas de gás. A Suécia desistiu, no início deste mês, da sua investigação, alegando que não tinha jurisdição no caso, mas entregou as suas descobertas aos investigadores alemães, que ainda não publicaram quaisquer conclusões.

⇒ Viktor Orbán recomendou que a Hungria votasse a favor da adesão da Suécia à NATO. O primeiro-ministro disse aos parlamentares que essa decisão robusteceria “a segurança da Hungria", contribuindo, inclusivamente, “para acabar com a matança e a destruição [na Ucrânia], onde centenas de milhares de pessoas morreram e milhões fugiram da sua terra natal”. Em seguida, a Hungria tornou-se o último membro da NATO a aprovar adesão da Suécia à Aliança. Após meses de atraso, a Suécia pode agora iniciar o processo de adesão. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, saudou a notícia, referindo-se a este dia como “histórico” e acrescentando que a Suécia está pronta para assumir a sua responsabilidade na aliança.

⇒ A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo Maria Zakharova acusou o Presidente ucraniano Volodymir Zelensky de "mentir" sobre o número de soldados ucranianos mortos em combate nos últimos dois anos de guerra. "Todos os cidadãos ucranianos percebem que Zelensky está a mentir e, antes de mais, todos os membros das Forças Armadas da Ucrânia percebem o mesmo", escreveu Zakharova nas redes sociais. Zelensky disse no passado fim de semana que 31 mil soldados ucranianos morreram em combate desde a segunda invasão militar da Rússia que começou a 24 de fevereiro de 2022. Segundo a porta-voz da diplomacia da Rússia, o líder ucraniano baixou "várias vezes o balanço real das baixas".

⇒ A Ucrânia recebeu apenas 30% dos milhões de projéteis de artilharia prometidos pela União Europeia (UE) no ano passado, lamentou esta segunda-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Do milhão de bombas que a União Europeia nos prometeu, não foram 50%, mas infelizmente 30% que foram entregues", disse o líder ucraniano durante uma conferência de imprensa em Kiev, ao lado do primeiro-ministro búlgaro, Nikolai Denkov.

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