“Venda de bloco importante de ações [do BCP] é no curto-prazo um catalisador negativo”, diz ActivTrades

8 meses atrás 47

“No caso do BCP, a venda já não é a primeira do ciclo de desinvestimento, contudo a Fosun pretende para já manter uma posição superior a 20% no banco nacional, não sendo claro se terá ou não necessidade de reduzir mais os seus investimentos, dependerá de como a situação financeira da empresa evoluir nos próximos meses”, refere o analista da ActivTrades. Ações do BCP chegaram a tombar 8%.

O dia começou muito negativo para as ações do BCP, que nas primeiras horas chegou a cair 8%. Esta era a reação dos investidores à notícia dvenda, por parte da Fosun, através de uma oferta particular, através de um processo de accelerated bookbuilding dirigido exclusivamente a investidores institucionais qualificados, de 846 milhões de ações representativas de aproximadamente 5,60% do capital social do BCP.

“O valor total da receita da colocação atingiu aproximadamente 235.188.000 euros [235,2 milhões], correspondente a um preço de 0,2780 euros por ação”, segundo a nota oficial.

As ações sofreram com a notícia e nesta altura caem 5,36% para 0,27 euros.

O Jornal Económico questionou os analistas sobre a derrocada das ações do banco. Mário Martins, analista da ActivTrades,  diz que “a venda de um bloco importante de ações de qualquer empresa, por parte de um acionista de referência é sempre, no curto-prazo, um catalisador negativo para os títulos dessa empresa, contudo não há de momento qualquer sinal de alarme, até porque o BCP está hoje muito mais bem posicionado financeiramente do que há uma década, sendo uma operação rentável e interessante para o mercado de capitais, daí que a operação de venda agora efetuada pela Fosun tenha tido sucesso, não obstante a rapidez com que foi efetuada”.

A liquidação da colocação ocorrerá a 25 de janeiro de 2024. Após a liquidação, a Chiado passará a deter 3.027.936.381 ações do BCP, sujeitas a um lock-up de 60 dias, “sujeito a certas exceções”. A Fosun fica com 20,03% do BCP aproximando-se da Sonangol que tem 19,49%.

O analista da ActivTrades, diz  ainda que “era expectável que a Fosun tivesse a necessidade de reduzir posições no seu portfólio, tendo em conta a enorme alavancagem financeira que tem e o período mais difícil que o mercado na China atravessa, para além dos custos financeiros atuais bem mais elevados do serviço da dívida, fruto da subida dos juros a nível global.”

“No caso do BCP, a venda já não é a primeira do ciclo de desinvestimento, contudo a Fosun pretende para já manter uma posição superior a 20% no banco nacional, não sendo claro se terá ou não necessidade de reduzir mais os seus investimentos, dependerá de como a situação financeira da empresa evoluir nos próximos meses”, refere o analista.

Para Mário Martins, “a queda das ações do BCP deverá ter uma expressão limitada, o mais importante no médio longo prazo é a qualidade do negócio do banco e não a redução parcial de uma posição por parte de um investidor”.

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