Villas-Boas e reestruturação da dívida: «Vender o FC Porto não é caminho»

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Presente na Casa do FC Porto de Cantanhede, André Villas-Boas voltou a falar aos jornalistas sobre os assuntos mais vivos na antecâmara do sufrágio no clube, agendado para o próximo dia 27 de abril. Entre as percentagens da SAD detidas pelo clube, a academia ou mesmo a troca de argumentos com Pinto da Costa, vários foram os temas trazidos a público pelo candidato à presidência dos dragões.

«O FC Porto já está a ser vendido, vocês é que ainda não viram. Para vender parte da SAD, haveria que lançar o tema à AG, o que fizeram foi vender 30 por cento da Porto Comercial. É preocupante e desvaloriza qualquer valor global do FC Porto. São maus sinais, olhamos com preocupação e decidi eu, enquanto sócio, acionista e candidato, endereçar uma carta a Pinto da Costa relativamente a algumas decisões que estão a ser tomadas», disparou inicialmente.

Garantindo que, se não obter resposta de Pinto da Costa no prazo de oito dias, irá «reunir um grupo de acionistas» e obrigar a um direito de resposta, Villas-Boas detalhou ainda a falta de interesse da banca em reestruturar a dívida do clube.

«Vender o FC Porto não é caminho, é perceber a vantagem competitiva enquanto clube de associados. Temos valores, cultura, história. Um clube de um proprietário não tem esta cultura. Pela falta de governança, os clubes de associados recorrem a bancos internacionais para reestruturar a dívida. Está a acontecer com Barcelona, Real Madrid. Aconteceu com o Sporting, se bem que o perdão ajudou bastante, e vai acontecer com o Benfica», prosseguiu.

«Nas reuniões que tivemos, percebemos que o FC Porto ainda não se tinha sentado com as instituições bancárias internacionais. ou não tentaram ou a banca não esteve interessada com base na governança. Nós fomos recebidos de braços abertos e vamos continuar nestes contactos exploratórios. Há muita banca e muitos fundos para ajudar em situações como a do FC Porto. mas ninguém quer ajudar quando os interesses são outros e estão ligados a comissões», concluiu sobre o tema.