"Vingança". Campanha global do Estado Islâmico coincide com atentado no Irão

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O mote da campanha - “E matem-nos onde quer que os encontrem” - foi inspirado no versículo de Surat Al-Baqarah - número 191.

A publicação do mais recente discurso do porta-voz do Estado Islâmico, Abu Hudhayfah al-Ansari, foi quase simultânea com o ataque suicida perpetrado a 3 de janeiro em Kerman, no Irão, onde morreram mais de 100 pessoas.

De acordo com o Estado Islâmico, este ataque deu início à campanha apresentada como global e é, em parte, uma “vingança” pelas ações do Irão face à guerra em Gaza.

As ações levadas a cabo pelo Daesh são anunciadas como parte de uma “expedição”. Estes ataques estendem-se desde o Iraque e a Síria até ao Mali, Nigéria, Congo, Moçambique, Afeganistão e Filipinas.

Hamas acusado de sacrificar o povo de Gaza

No discurso, Al-Ansari deixa clara a hostilidade em relação ao Irão, bem como a várias fações palestinianas.

“A verdadeira natureza desta guerra é que se trata de um eixo imaginário, o Irão criou-o ao serviço dos seus projetos regionais e o primeiro e único objetivo é envolver todas as fações palestinianas como representantes do Irão e não de outra forma”, afirma al-Ansari, citado no na publicação Fundação para a Defesa das Democracias, um instituto de investigação com sede em Washington.

“Como resultado, foi isso que aconteceu, o Irão e os seus partidos foram salvos da batalha feroz que Gaza está a suportar sozinha com o sangue das suas crianças e mulheres”.

Al-Ansari também critica várias fações palestinianas, incluindo o Hamas, por se terem afastado do Islão durante a luta.

"Atos de terror para apoiar os palestinianos”

O porta-voz do Estado Islâmico dirige-se aos militantes palestinianos e afirma que “matar judeus não é uma indicação de estar no caminho correto. Antes de vós, todos os comunistas, patriotas e combatentes nacionalistas lutaram contra os judeus. Mas será que a luta deles resultou na defesa da ordem de Deus?”

Al-Ansari argumenta que os fracassos dos militantes palestinianos se devem ao facto de “serem demasiado nacionalistas e dispostos a envolverem-se em sistemas democráticos”. Propõe que, para serem vitoriosos, devem procurar “estabelecer um Estado islâmico e implementar a Sharia”.

Na mensagem do quinto e atual califa do Estado Islâmico, Abu Hafs al-Hashimi al-Quraishi, o porta-voz  exorta os membros e partidários do movimento em todo o mundo a que se “unam em apoio à campanha e cometam atos de terror para apoiar os palestinianos”.

Em anos anteriores, o Estado Islâmico lançou vários apelos como motes como “batalhas de atrito” ou “a vingança dos dois xeques”. “Quebrando os Muros" é o título de uma campanha permanente que promove fugas de prisões.

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