Violência nas escolas. Lançado portal para receber denúncias

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26 out, 2024 - 08:10 • Fátima Casanova

Organizações de professores, pais e diretores escolares querem saber o que se passa dentro das escolas e caracterizar o fenómeno da violência e indisciplina. Saber quem pratica, como o faz e em que regiões.

O Observatório da Convivência Escolar lança este sábado, em Aveiro, um portal na internet para receber denúncias de casos de violência e indisciplina nas escolas.

Vai ser lançado no âmbito da XI Convenção Nacional, coorganizada pela Federação Nacional da Educação (FNE), Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) e Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Disponível em convivenciaescolar.pt, o site vai permitir a partilha de contributos e boas práticas no âmbito da prevenção da indisciplina e também permite a apresentação de denúncias.

Para que indisciplina e violência “não fiquem dentro dos muros das escolas”

Em declarações à Renascença, Pedro Barreiros, secretário-geral da FNE, defende que as situações de violência em contexto escolar não podem ser ignoradas, por isso, pede a “todos os alunos, pais, encarregados de educação, professores e educadores, trabalhadores de apoio educativo, todos aqueles que estão na escola e que tenham conhecimento de situações relacionadas com a indisciplina e com a violência, tenham mais uma forma mais um mecanismo” para as poder denunciar.

Este dirigente sindical sublinha que “está garantido o anonimato” e que as denúncias poderão ser encaminhadas para as autoridades, sempre que se justificar, mas “só depois de filtrada e confirmada a veracidade de cada um dos casos”.

Petição pede "reação jurídica" para acabar com violência nas escolas e apoiar vítimas

Pedro Barreiros defende que é preciso “garantir que situações que sabemos que ocorrem nas escolas não fiquem dentro dos muros das escolas pelos mais diversos motivos”.

O secretário-geral da FNE diz que o objetivo é traçar um retrato sobre o que acontece dentro das escolas “para perceber que tipo de violência, que tipo de indisciplina, quais os atos, quais os intervenientes, quais as zonas do país, que tipologia de escolas, ou seja, começar a caracterizar este fenómeno para que os dados que nós consigamos recolher os possamos partilhar, nomeadamente com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação”.

Com destes dados, Pedro Barreiros acredita que “possam ser tomadas medidas mais direcionadas para aquilo que está a acontecer”.

Para traçar este retrato, o secretário-geral da FNE apela à comunidade educativa para que não deixe passar em branco as situações de violência ou de indisciplina que ocorram nas escolas.

Pedro Barreiros diz que “importa que todos tenham conhecimento do portal disponível no Observatório para a Convivência Escolar para fazer chegar registos de boas práticas, assim como de todas as situações de indisciplina, violência bullying e ciberbullying”.

Pedro Barreiros acrescenta que há um conjunto de dados que é preciso colocar no formulário, como por exemplo “a descrição da ocorrência, a identificação do agressor ou dos agressores, a identificação das vítimas, a identificação de eventuais testemunhas, a localização, ou seja, todo um conjunto de dados para poder descrever a situação que tenha ocorrido”.

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