Quatro fintechs portuguesas e outras tantas espanholas juntaram-se em Lisboa, a convite da Visa. À margem do evento, o country manager da empresa falou ao JE de um “ecossistema vibrante” no mercado português e reforçou a capacidade que estas empresas têm para trazer a inovação para o país.
A Visa assinalou recentemente o encerramento da primeira edição do programa que tem por objetivo impulsionar o mercado das fintech em Portugal e Espanha. O foco esteve na inovação, já que este é “um dos pilares fundamentais da Visa, é aquilo que nos mantém relevantes e é o que nos manterá relevantes no futuro”.
A garantia foi deixada em declarações ao JE pelo country manager da Visa em Portugal, Gonçalo Santos Lopes, à margem do evento Visa Innovation Program Europe (VIPE). De acordo com o responsável, o objetivo daquela iniciativa passa por “capacitar” as fintechs que participaram, já que estas “trazem inovação”. Deste modo, possibilita-se que tanto estas entidades como a Visa possam ser “competitivas no mercado, criando valor para todos os players do ecossistema, como são os consumidores, os comerciantes e as instituições financeiras”.
Na cimeira, que se realizou em Lisboa no início deste mês, estiveram presentes quatro fintechs portuguesas selecionadas pela Visa, sendo elas a Coverflex, Fraudio, Holywally e Goscore. A estas juntaram-se a Toqio, Dedomena AI, Reveni e Dogood People, quatro empresas espanholas que operam no mesmo sector.
A ideia passou por “ajudar estas oito entidades”, ou seja, “ajudá-los a desenvolver as suas propostas de valor, pô-los em contacto com parceiros”, referiu o responsável pela Visa em Portugal. Simultaneamente, debateram-se as problemáticas mais relevantes que se colocam ao sector, assim como potenciais soluções a adotar.
“Estamos muito satisfeitos com o resultado” da primeira edição do programa, sublinhou, além de assinalar o potencial da economia portuguesa para ver desenvolvidas as operações das fintech.
“Portugal tem um ecossistema vibrante, temos talento, temos capacidade e recebemos muita gente que vem de fora e vem desenvolver as suas atividades de fintech”. Uma situação que “pode ser muito benéfica para a economia portuguesa e para o nosso ecossistema. Com isso, avança-se na digitalização e nos pagamentos”, acrescentou.
Depois de um ano de 2023 “positivo”, Gonçalo Santos Lopes aponta ao novo ano com ambição e reitera que existe uma “grande oportunidade de crescimento” no mercado português. Nesse sentido, após um período desafiante, em face da subida agressiva dos juros, a potencial de descida das taxas permite abrir horizontes. “Quanto mais a economia crescer, maior é a oportunidade para nós”, remata.
Também a Head of Fintech da Visa no sul da Europa, Eva Ruiz, falou ao JE e mostrou a satisfação por o evento chegar a Portugal e pelo crescimento da ligação entre a Visa e as fintechs, assim como entre aquelas entidades.
“Creio que este programa é uma adição para que o ecossistema se conecte entre si”, referiu, antes de sublinhar que este é um evento que não apenas permite à Visa conhecer melhor os projetos das fintechs representados, como também permite aos próprios líderes das fintechs presentes realizarem contactos, que podem permitir ligar operações e, deste modo, ver os respetivos negócios crescer.
Eva Ruiz também perspetiva 2024 com confiança na medida em que os “pagamentos digitais não têm um teto [valor máximo]” e, nesse sentido, apresentam grande margem de progressão no mercado.
Em foco estiveram as inovações apresentadas pelas fintechs no que diz respeito aos maiores desafios que o sector enfrenta, como a deteção de fraudes, acesso inclusivo ao financiamento, as carteiras digitais, novos modelos de benefícios para colaboradores, a IA aplicada aos dados, gestão de devoluções de compras online ou o embedded Finance (integração de serviços financeiros em contextos não bancários).