Visita de Zelensky "tem certos objetivos" para apoiar a Ucrânia

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O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Paulo Sadokha, diz ter boas expectativas sobre a esperada visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Portugal, nos próximos dias, em resposta ao convite feito por Marcelo Rebelo de Sousa em outubro passado.

Em declarações à Renascença, sublinha a importância do contexto em que irá decorrer esta visita. "Surge nas vésperas de outros acontecimentos muito importantes para a Ucrânia, como são as eleições na União Europeia, a cimeira da NATO, as eleições nos Estados Unidos e a cimeira de Paz na Suíça, onde Portugal tem importância e vai participar. Por isso, o Presidente Zelensky não vem só visitar Portugal, mas tem certos objetivos que vão apoiar a Ucrânia para vencer esta guerra”, afirma.

A data da vinda a Portugal do presidente ucraniano não foi revelada, essencialmente por razões de segurança. De acordo com a SIC, Zelensky vai passar também por Espanha, onde deverá assinar um acordo bilateral de segurança. Não é garantido que um acordo do género possa também acontecer em território português, no entanto, face à notícia, Paulo Sadokha diz que espera todo o apoio possível do governo português.

“Desde o início desta guerra, Portugal sempre apoiou a Ucrânia. Desde esta grande invasão, vários ministros visitaram a Ucrânia, mesmo em tempos de conflito. Acho que nós podemos também esperar que a visita do Presidente Zelenky a Portugal vai também estar relacionada com mais apoio político e material para a Ucrânia”, refere.

Nestas declarações à Renascença, Paulo Sadokha lamenta ainda a “elevada burocracia” da nova Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que substitui parte do antigo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no atendimento aos imigrantes ucranianos. Paulo Sadokha diz também que a falta de eficácia do serviço leva à corrupção.

“Muitos não conseguem marcação, por exemplo, para renovar a autorização de residência, nem através do e-mail que está na página da AIMA. Sabemos que esta situação provoca também corrupção. Muitos telefonam para nós a pedir ajuda e dizem que, afinal, por dinheiro, conseguem inscrever-se. Há contactos telefónicos onde podem fazê-lo”, declara.

A associação dos ucranianos em Portugal já pediu uma reunião ao novo Executivo, mas até agora está sem resposta. Também já seguiram pedidos de audiência para o Alto Comissariado para as Migrações.

Nesta altura, a comunidade de ucranianos em Portugal é composta por 100 mil pessoas. Já foi concedido o estatuto de refugiado a 60 mil ucranianos, apesar de os números revelarem uma tendência de descida.

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