José Manuel Silva sublinhou ao JE que a megaoperação de regularização de imigrantes, que se iniciou esta segunda-feira, vem facilitar o processo de obtenção de vistos aos estudantes tornando-se mais atrativo vir estudar para Portugal.
A megaoperação que se propõe a analisar mais de 400 mil processos pendentes assume uma importância significativa tendo em conta as dificuldades na obtenção de visto sobretudo por parte de estudantes provenientes de países africanos e asiáticos, de acordo com preocupação demonstrada por José Manuel Silva, membro da direção da Associação Portuguesa do Ensino Superior e Privado (APESP), ao JE.
Esta entidade representa perto de 40 instituições do ensino superior particular, social e cooperativo e cerca de 20% do total de alunos neste nível de ensino, sendo que este responsável salienta ao JE que este processo é “muitíssimo importante” para os estudantes e também para as escolas porque “facilitando-se o processo aos estudantes, torna-se mais atrativo vir estudar para o país”.
O primeiro centro de atendimento para imigrantes da Estrutura de Missão da Agência para a Integração, Migrações e Asilo abriu esta segunda-feira, em Lisboa, com uma centena de funcionários, para começar a analisar os mais de 400 mil processos pendentes.
José Manuel Silva diz que para além das dificuldades que existem na obtenção de visto, sobretudo para estudantes que vêm de países africanos e asiáticos, a rede consular é “muito pequena e pouco eficiente”.
O membro da direção da APESP refere que há estudantes com interesse em frequentar o ensino superior português que “esperam meses”, e muitas vezes “perdem mais do que um semestre” dos seus cursos, “devido à burocracia”.
Relativamente a medidas que podem ser tomadas para resolver estas dificuldades, José Manuel Silva considera importante “alargar a rede consular, desburocratizar, tornar o processo mais amigável, sem sacrificar a necessidade de rigor e de transparência”.
Para o membro da direção da APESP, Portugal precisa de imigração de todo o tipo desde indiferenciados, a profissionais especializados e aos estudantes.
No caso concreto dos estudantes, José Manuel Silva diz que Portugal tem “absoluta necessidade” de passar a integrar o mercado internacional de ensino superior.
“Como é sabido, a baixa taxa de natalidade em Portugal não consegue assegurar, a prazo, o preenchimento de todas as vagas hoje existentes em todas as escolas estatais e privadas. O recurso ao mercado internacional é indispensável, não apenas para os graus avançados, mas para os cursos de formação inicial”, salienta José Manuel Silva.
Contudo, José Manuel Silva sublinha que isto obriga a uma “maior diversificação” linguística na oferta de cursos, uma vez que “não é possível captar” estudantes em número suficiente se apenas se oferecerem cursos em língua portuguesa e tendo como países de captação os países de língua portuguesa.