Vítor Bruno elogia Mora e assume «esforço» de Villas-Boas no mercado

2 meses atrás 77

Vítor Bruno, treinador do FC Porto, em declarações à Sport TV 1, após a vitória por 4-0 no Estádio do Dragão, frente ao Al Nassr:

«[O que se deve extrair da pré-época?] A pré-época foi de muito trabalho, de consolidar muito do que vinha de trás e introduzir uma ou outra ideia nova. Temos um caminho longo a percorrer… com a chegada dos internacionais, que se vão entranhando no grupo e percebendo dinâmicas e novas formas de estar. É tentar que todos fiquem imbuídos no mesmo espírito de vício permanente pela vitória, de nos desafiarmos e de competirmos connosco e com os adversários.»

«[Meio-campo tem ideias diferentes, como soltar mais o terceiro médio] Não podemos ler muito o jogo, porque tenho receio que o Ruben [Amorim] esteja a ouvir. Ele terá feito a análise do jogo de hoje também [risos]. O Nico tem muita capacidade de chegar à frente, consegue ser um apoio ao ponta de lança, tem uma relação com o golo que estava desaparecida. Mas fizemos despertar o gatilho que estava ali dentro. O duplo pivot… acredito em estruturas flexíveis, que não deem ao adversário a total garantia de antecipar o que vão encontrar no FC Porto. O que queremos com o duplo pivot é estrangular o espaço que anda nas costas deles. É uma proposta corajosa, arrojada, que nos expõe no controlo da profundidade e tem de ser afinada em detalhe. Vamos ter de estar alerta, perspetivando já o jogo de sábado, porque sabemos o perfil de jogo do Sporting e como nos podem ferir. No sábado pode ser diferente de hoje, chegaram os internacionais, há nuances do passado com as quais me identifico e que aprecio, há jogadores com perfil diferente que podem transformar os momentos defensivo e ofensivo.»

«[Namaso tem capacidade de sair da zona de marcação e jogar com a equipa] Ele é fortíssimo, quando a bola entra nele é quase entrar num cofre. Tem muito talento, anda escondido, mas conhecemo-lo bem.»

«[Nenhum dos internacionais esteve na ficha de jogo. Foi prejudicial chegarem sem minutos na pré-época?] É uma preocupação pelo timing em que chegam, mas mais do que isso pelas métricas com que vêm da seleção. Jogadores que vêm com 40 dias de trabalho na seleção e volume de trabalho muito reduzido, mais 15 dias de ausência no trabalho transitório. É atalhar caminhos para chegarem ao nível dos colegas. Têm feito um esforço enorme, com sessões bi-diárias, com uma carga instalada, temos de estar atentos e perceber como estão preparados para o que se avizinha na Supertaça.»

«[Partem atrás?] A semana vai dar-nos indicadores para percebemos de que forma vão estar. São jogadores com muita qualidade, que nos conhecem do passado. Percebem muito do nosso jogo e nestes cinco dias de trabalho já os introduzimos em treinos com a equipa, fazendo também treinos complementares. Eles começam a perceber as dinâmicas a atacar e defender. Durante a semana veremos a melhor forma de atacar estrategicamente o jogo, que é um jogo muito específico, perante um adversário que nos conhece bem, são lutas sempre galhardas, bravas, que vão obrigar à nossa melhor versão, se calhar com pressupostos diferentes dos de hoje, para estarmos sempre seguros a defender e fortes a atacar.

«[Martim Fernandes está à frente dos outros jovens?] Uns estão num patamar de maturidade diferente dos outros. O Martim juntou-se ao grupo numa fase importante da época passada, deu sempre respostas muito boas em treino e a forma como responde no primeiro jogo com o Sporting é de alguém preparado para o desafio do futebol profissional neste nível.

Não tenho receio de ficar refém do que digo. Os meninos têm muito talento, o que me preocupa é eles perceberem que o talento pode ajudar a ganhar jogos, mas o trabalho tem de andar de mãos dadas para construírem uma carreira. Não chega só ter talento e têm de relativizar os elogios que recebem fruto do que os circunda e que os pode levar para outro caminho.

O Mora tem um talento… tem muito para ser, desde que perceba que o futebol é mais do que aquilo que Deus lhe deu, que é um talento enorme. Quando ele perceber isso, vai chegar rapidamente a um patamar que desconfio que é alto a nível europeu. Mas com passos dados no tempo certo e vem alavancada em ética de trabalho. Ele tem e sente-se a preocupação dele a corresponder no sentido tático, entrega ao jogo e de compromisso com a equipa. Quando o compromisso estiver lá, tem tudo para correr bem.»

«[Sporting não mudou quase nada face à última época] O Sporting vai continuar a ser uma equipa forte. Tem uma equipa técnica muito competente e o que têm feito não é obra do acaso. É sinónimo de qualidade no trabalho que é feito. Perspetivamos uma época difícil, há Sporting, Benfica e Sp. Braga a nível alto, vão exigir o nosso melhor fato.

Durante a pré-época apresentaram nuances diferentes a defender, nuances bem trabalhadas, temos internacionais a chegar agora, percebo que os adeptos podem querer ver caras novas a chegar, mas pelo que tenho visto, com chuva, sol, vento… a capacidade de trabalhão, como inundam todos os dias o equipamento de suor, a melhor contratação de verão tem sido o treino. Isso deixa-me tranquilo. Mas há cosias a ajustar para sábado.»

«[Tem garantia de que não vai perder mais valias?] Preparado ou não, é uma realidade com a qual teremos de viver. O nosso futebol é vendedor, temos essa necessidade, mas o presidente e a administração estão a fazer um esforço gigante para manter as mais-valias do clube. Mas quem chegar e bater cláusulas vai levar jogadores de grande qualidade. Queremos que fiquem. Quanto mais tempo estiverem connosco, mais garantia de qualidade teremos e seremos mais competitivos.»

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