A conferência de imprensa era de apresentação de Ricardo Paiva como treinador do Boavista, mas a frase que fez correr muita tinta, esta sexta-feira, na atualidade desportiva nacional saiu da boca de Vítor Murta, presidente do Boavista, sobre as dificuldades financeiras que o clube atravessa: «Dois meses de salários em falta não matam ninguém.» Perante a repercussão das palavras que proferiu durante a manhã, o presidente axadrezado sentiu necessidade de esclarecer o contexto em que a declaração foi feita. Numa nota enviada às redações, ainda esta sexta-feira, Vítor Murta explicou o que pretendia dizer com a frase da polémica, em resposta a uma questão sobre a expetativa que tinha em Ricardo Paiva para «reanimar o grupo num momento conturbado com a questão dos salários em atraso». «As minhas declarações de hoje surgiram em resposta a uma pergunta sobre reanimar o Boavista. Para reanimar tem de se estar morto e não é por devermos dois salários que estamos mortos», afirmou o dirigente boavisteiro. «Recordo que comigo na presidência houve reposição no pagamento de subsídios a todos os trabalhadores. Em alturas de Covid, pagamos integralmente os salários, quando muitos optaram por layoff. Nesse sentido, é errado fazer julgamentos de caráter analisando comentários descontextualizados, e que não haja dúvidas do sofrimento diário, por mim sentido ao ver as dificuldades que todos nós - sem exceção - passamos», concluiu.