Vitória com pano para Mangas

2 meses atrás 57

O primeiro passo está dado. O Vitória goleou o Floriana por 4-0, num jogo decidido na primeira parte, e deu o primeiro sinal para fazer história, almejando ser a primeira equipa portuguesa na fase final da Conference League. Kaio César rendeu Jota da melhor maneira possível e marcou o primeiro. Seguiram-se Jorge Fernandes e um bis de Ricardo Mangas, com o segundo golo a ser digno de Louvre. O segundo tempo foi de controlo, mas também de algum desacerto no momento da finalização. 

O Vitória defrontará agora o FC Zurich, da Suíça, na 3ª pré-eliminatória da terceira competição da UEFA.

Pé no acelerador desde cedo

No Vitória pós-Jota, Kaio César foi o escolhido para render o internacional português. Chucho Ramírez e Bruno Gaspar renderam também Nelson Oliveira e Alberto, que foram titulares no primeiro jogo, em Malta.

Rui Borges avisou que a equipa não olha com superioridade sobre ninguém, dado o favoritismo atribuído ao Vitória. Essa frase, que pode ser naturalmente substituída por não ter o rei na barriga, foi o resumo da entrada em campo do Vitória, mesmo que o encontro se jogasse no Castelo de Guimarães. Fulgurantes e desinibidos poderia ser o lema dos primeiros 15 minutos.

Kaio César estreou-se a marcar pelo Vitória @Catarina Morais / Kapta +

Aos 6´, Nuno Santos ameaçou com um remate ao poste. O aviso já tinha sido dado e, dois minutos depois, os Conquistadores inauguraram o marcador. Passe magistral de Tiago Silva para Mangas, este assiste de primeira Kaio César que, à peixinho, inaugurou o marcador. Quem precisa de Jota? Três minutos depois, novo golo. Canto para a zona da baliza batido por Tiago Silva e Jorge Fernandes apareceu desviar subtilmente para o fundo das redes. Tudo fácil e eliminatória praticamente fechada.

A partida acalmou depois do segundo tendo, mas a toada do jogo continuou similar. Só o Vitória teve bola e criou perigo, mesmo sem tanta velocidade imprimida no jogo. Chucho Ramirez tentou por um par de vezes, mas não acertou com o fundo das redes. Varela foi um mero espectador.

O volume ofensivo manteve-se e os golos continuaram a surgir. Aos 37´, Kaio Cesar deu para Bruno Gaspar no corredor direito, que assistiu Mangas para uma finalização dentro da pequena área. Tudo fácil e total descoordenação defensiva dos malteses. Já bem perto do meridiano da partida apareceu o momento do jogo. Ricardo Mangas recebeu um cruzamento de Kaio César e fez um golo do outro mundo, bisando na partida. De bicicleta, o agora extremo vitoriano (que já a lateral tinha mostrado faro para o golo) bateu o guardião congolês do Floriana. Para ver e rever.

Faltaram golos ao volume ofensivo

Ao intervalo houve lugar a uma homenagem - bem mais modesta do que era esperada, por conta da impossibilidade de presença do mesmo - a Jota Silva, que deixou Guimarães para rumar à Premier League. Ainda assim, o vídeo de agradecimento do internacional português deixou o D.Afonso Henriques em silêncio, seguido por muitos aplausos e cantigas pelo seu nome.

Volvido o jogo, tudo se manteve igual. o Vitória poderia ter alugado o seu meio-campo defensivo (veja-se o preço do metro quadrado nos dias de hoje) que quase nunca era utilizado. No aspecto mais tático do jogo, a procura por tabelas em zonas interiores era notória, atraindo o adversário dentro para libertar a bola nos laterais, sempre a jogar à largura e profundidade quase total. Tiago Silva pegou no jogo mais atrás, libertando Händel para um papel de segundo médio. 

O desacerto de Chucho no momento da finalização não foi corrigido com a entrada de Nélson Oliveira. O avançado falhou as duas primeiras chances de que beneficiou. Samu, por outro lado, entrou interventivo e com acerto nas suas ações, atuando no papel de médio mais ofensivo. Arcanjo regressou aos jogos oficiais, passados 14 meses e Bica também se estreou de rei ao peito. 

O Vitória terminou como começou, e do sitio de onde nunca saiu: com o Vitória perto da baliza contrária, mas a manita acabou por não aparecer.

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