Vitória Oliveira quer ajudar Portugal a ter duas equipas na estafeta de marcha em Paris

8 meses atrás 54

A marchadora Vitória Oliveira, que se sagrou este domingo campeã nacional dos 10 quilómetros marcha, promete colaborar para que Portugal tenha duas equipas na nova prova de estafeta da disciplina nos Jogos Olímpicos Paris2024.

A tarefa será "complicada", assumiu este domingo à agência Lusa, porque "é muito em cima" dos Jogos Olímpicos e ainda não são conhecidos os critérios de qualificação.

"Estamos a falar de oito meses para os Jogos Olímpicos. Pensar na estafeta é um bocadinho atribulado. Vamos tentar - nós portugueses somos de luta. Vamos tentar garantir uma, quem sabe, na melhor das hipóteses, as duas equipas nos Jogos. Era perfeito", disse a atleta do Benfica, que conquistou o título nacional dos 10 km marcha nos Nacionais disputados em Porto de Mós, no distrito de Leiria. 

No final da prova, Vitória Oliveira defendeu que seria "ótimo poder ver mais marchadores nos Jogos Olímpicos".

"Ver os mais novos a tentar isso é ótimo, deixa-me muito feliz: é sinal de que a marcha está no bom caminho", afirmou, garantindo que, a par dos 20 km, também procurará integrar a estafeta: "Irei ajudar a tentar conquistar esse lugar e, se for possível, estar presente para a fazer também", prometeu.

O Nacional de 10 quilómetros marcha não se disputava em Portugal desde 1997 e, hoje, significou dificuldades acrescidas para a atleta. "Foi duro", admitiu: "Uma distância nova, para uma altura da época um bocado adiantada... Senti-me bem, apesar de não estar a preparar bem isto", disse, estando focada nos 20 km, a pensar na presença em Paris.

"Mas correu bem, fui campeã nacional, é bom. A federação está a tentar ajudar-nos a alcançar o máximo de pontos possíveis e por isso a criação desta prova. É um bom ponto de partida da federação", acrescentou. 

O título dá "boas perspetiva para o que aí vem", notou.

"Quero poder ambicionar uma marca direta para o Campeonato da Europa de Roma; sei que vai ser um trabalho difícil, pensar numa marca direta de acesso aos Jogos, [mas] não é impossível e vou continuar a sonhar até ao fim e tentar até ao limite; e vou tentar manter a posição no ranking para que possa estar em Paris", assegurou. 

Nos homens, o título foi para João Vieira. O sportinguista conquistou o 65.º troféu da carreira, mas terminou algo insatisfeito, tanto com os juízes da prova como com a sua prestação. 

"Foi mais uma competição para me testar a mim próprio e ganhar mais um campeonato para o meu palmarés. Correu mais ou menos bem. Queremos sempre mais e melhor e foi isso que aconteceu", disse.

João Vieira assume que, apesar de estar a preparar os 20 km para uma presença nos Jogos Olímpicos, está a readaptar-se "a estas novas velocidades", cuja preparação "já tinha perdido nestes anos". 

"Estamos a treinar com bastante intensidade para as coisas correrem bem e conseguir o apuramento para os Jogos", referiu no final dos campeonatos de Porto de Mós.

O marchador diz estar "a analisar" a possibilidade de integrar a estafeta de marcha em Paris: "Estamos à espera de [saber] os critérios para que se possa fazer uma equipa para trabalhar a estafeta. Vamos esperar, o futuro é que vai dizer. Eu e a minha treinadora desde o início mostrámos a nossa disponibilidade para trabalharmos nessa estafeta e vamos ver o que vai dar. Todos os desafios são aliciantes para mim, porque é representar o meu país".

Sobre a conquista dos 10 km marcha, para João Vieira "é mais um título".  

"Nos últimos anos tenho sido um alvo a abater. Mas continuo aqui. Quem me quiser ganhar um título vai ter de fazer melhor do que eu e é para isso que eu e a minha treinadora trabalhamos todos os dias", completou.

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