Washington apela à China para que renuncie a "política económica dirigista injusta"

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"Durante demasiado tempo, os trabalhadores e as empresas norte-americanas não puderam competir em pé de igualdade com os da China", declarou Janet Yellen na quinta-feira, num discurso perante o Conselho Empresarial EUA-China, em Washington.

No entanto, se Pequim "se afastasse da abordagem económica dirigista em relação à indústria e às finanças, (...) seria melhor para a China", além de ser benéfico para as empresas norte-americanas, observou.

A secretária do Tesouro de Joe Biden avisou que "um papel demasiado grande para as empresas estatais pode asfixiar o crescimento e um papel demasiado grande para o aparelho de segurança pode dissuadir o investimento".

Os receios e as queixas das empresas norte-americanas sobre o ambiente empresarial na China foram reforçados na primavera por rusgas e interrogatórios realizados em nome da "segurança nacional" nos escritórios chineses de grupos de consultadoria norte-americanos.

"Ouço frequentemente as empresas norte-americanas falarem das dificuldades que estão a enfrentar", advertiu a responsável pelo Tesouro dos EUA.

Janet Yellen insistiu que "estas tendências devem preocupar a China" e apelou para a "continuação das reformas estruturais e o tratamento justo das empresas estrangeiras".

"Além de atrair mais investimento estrangeiro, isto ajudaria a resolver as ineficiências e vulnerabilidades resultantes das práticas económicas da China", notou.

O que divide os dois países

A chave não é "evitar todos os choques", disse Yellen, mas Washington quer "tornar a comunicação resiliente", para evitar que "os mal-entendidos aumentem e causem danos".

Os dois países têm estado em desacordo há vários anos sobre questões que vão desde os Direitos Humanos aos controlos das exportações.

Funcionários da administração Biden, incluindo Yellen, efetuaram viagens oficiais à China numa tentativa de facilitar as relações. Em novembro, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping, realizaram uma cimeira presencial, tendo acordado o restabelecimento de comunicações militares de alto nível.

Janet Yellen anunciou que planeia fazer uma segunda viagem à China em 2024, durante a qual vai discutir "questões difíceis e preocupantes" com o homólogo chinês.

Os Estados Unidos vão continuar a exercer pressão sobre a China em matéria de segurança interna, disse.

Outra prioridade é "exercer pressão no sentido de uma maior clareza nas políticas económicas e na definição de políticas da China para melhor informar a nossa própria tomada de decisões", afirmou.

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