Zelensky rejeita ideia de convidar Rússia para cimeira de paz na Suíça

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"Neste momento, não vejo a Rússia a participar nisso, porque a Rússia vai bloquear tudo, como é evidente. A Rússia quer destruir a Ucrânia", afirmou Zelensky durante uma conferência de imprensa em Madrid, acrescentando que não deposita qualquer confiança no seu homólogo russo, Vladimir Putin.

De acordo com Zelensky, 90 países já confirmaram a sua participação nesta conferência que irá decorrer em Lucerna (centro da Suíça), em 15 e 16 de junho.

Logo que os participantes da cimeira chegarem a um acordo sobre um documento para estabelecer uma paz justa na Ucrânia, texto esse que terá como base um plano proposto por Kiev, os intermediários poderão transmitir essas propostas à Rússia, segundo argumentou o líder ucraniano na capital espanhola, que hoje visitou e onde firmou com o Governo de Espanha um acordo para apoio militar.

"Somos capazes de (...) encontrar saídas para as situações que a Rússia trouxe com esta guerra, e depois os mediadores podem mostrá-las aos representantes da Rússia", disse Zelensky, que no domingo exortou os seus homólogos norte-americano, Joe Biden, e chinês, Xi Jinping, a participarem nesta conferência de paz.

Na semana passada, Pequim reiterou a sua posição, declarando - numa declaração conjunta com o Brasil - apoiar "uma conferência internacional de paz realizada em momento apropriado e reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia, com uma participação igual de todas as partes, bem como uma discussão justa de todos os planos de paz".

Numa recente entrevista à agência France Presse (AFP), Zelensky mencionou três questões que serão negociadas na Suíça: a livre navegação no Mar Negro, para proteger a segurança alimentar global, permitindo as exportações de cereais da Ucrânia; um acordo sobre um apelo ao fim dos ataques a infraestruturas energéticas; e o regresso à Ucrânia de milhares de crianças deportadas para a Rússia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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