Zimbabué investiga atrocidades que causaram 20 mil mortos de 1982 a 1997

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'Gukurahundi' é o nome que se deu à operação contra a minoria matabele, suspeita de simpatizar com a oposição, um massacre que a organização não-governamental (ONG) norte-americana Genocide Watch (GW) considerou um genocídio.

Num ato em Bulawayo, segunda cidade do país e a maior de Matebeleland, Mnangagwa apresentou o programa das chamadas audiências de Gukurahundi, que serão conduzidas por dois chefes tradicionais das províncias de Midlands (centro) e Matebeleland (sul).

"O caminho para a frente será pavimentado com um diálogo aberto facilitado pelos nossos chefes. Este processo pode provocar lágrimas, mas serão lágrimas de catarse, lágrimas que limpam a alma e marcam o caminho para a cura", afirmou o presidente.

Para Emmerson Mnangagwa, "a viagem para a cura nacional não é uma corrida curta", mas sim "uma maratona que exigirá paciência, compreensão e compromisso com o bem comum".

Pelo menos 20 mil pessoas, principalmente da comunidade matabele, foram assassinadas pelas forças da Quinta Brigada do Exército Nacional do Zimbabué, treinadas pela Coreia do Norte.

O falecido presidente Robert Mugabe, que liderou o país de 1987 a 2017, descreveu aquela época como um "momento de loucura" enquanto lutava contra o seu rival político, o também falecido vice-presidente Joshua Nkomo, oriundo de Matebeleland.

Milhares de civis foram submetidos a torturas, detenções, violações e execuções por parte das forças governamentais.

O atual Presidente, Emmerson Mnangagwa, era ministro da Segurança do Estado durante este período, perseguindo militares leais a Nkomo.

Gukurahundi é a expressão popular para descrever as primeiras chuvas após a estação seca, que limpam os campos de palha, dando também nome a um dos piores episódios de violência massiva e abusos contra os direitos humanos na história do Zimbabué.

Emmerson Mnangagwa, de 81 anos, lidera o país desde 2017, quando um golpe militar derrubou Robert Mugabe.

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