França: Ministro das Finanças aponta riscos imediatos para o país

2 meses atrás 55

Bruno le Maire, ministro das Finanças e da Economia de França pelo menos até esta segunda-feira, aponta o que considera serem os três grandes riscos imediatos para a economia francesa.

“Os franceses foram massivamente às urnas em 7 de julho. Disseram ‘não’ à chegada do Rassemblement National ao poder. Isso é uma excelente notícia. A França continua a ser a França, hostil a qualquer discriminação e a qualquer distinção entre cidadãos”, escreve o ainda ministro francês das Finanças e da Economia.

Recomendando humildade ao partido que suporta o presidente Emmanuel Macron, Bruno le Maire diz, nas redes sociais, que “a nova situação política resultante da dissolução apresenta três riscos principais” que “cabe a nós afastar”. “O risco mais imediato é uma crise financeira e o declínio económico de França. A aplicação do programa de rutura da Nova Frente Popular destruiria os resultados da política que temos seguido durante sete anos e que deu à França trabalho, atratividade e fábricas. Esse projeto é exorbitante, ineficaz e datado. A sua legitimidade é fraca e circunstancial. Não deveria ser aplicado”.

Segundo o ministro, “o segundo risco é uma fratura ideológica da nação, trazendo consigo conflitos incessantes e esgotamento coletivo. Devemos fazer tudo para evitar esse risco. Temos de dar respostas à raiva e às preocupações legítimas dos nossos concidadãos, em particular aos dez milhões que votaram a favor do Rassemblement National. Devemos agir de forma diferente. Devemos ouvir, ouvir, responder sem demoras, envolvendo todas as forças da nação”. Fica a dúvida, mas aparentemente o ministro está mais confortável com a possibilidade de o seu partido estabelecer pontos de concórdia com a extrema-direita que com a coligação de esquerda que ganhou as eleições. Muito provavelmente, o país não entenderia a opção.

E continua: “caso contrário, iremos diretamente para o bloqueio e para a crise do regime. Este é o último risco. As forças da Assembleia Nacional estão dispersas. As suas ideias estão ainda mais. Temos uma necessidade premente de consistência e lucidez. Mais do que nunca, portanto, voltemos à realidade”.

Depois das eleições legislativas, “resta o mundo”. “Resta a guerra na Ucrânia, o conflito no Médio Oriente, a feroz competição económica e tecnológica entre as nações e a aceleração do aquecimento global. A França não pode continuar a ser espectadora destas convulsões. O país deve ser um ‘player’ importante. Todas as forças políticas que acreditam na economia de mercado, na recuperação das finanças públicas, na transição energética, na construção europeia e na restauração da autoridade do Estado devem, portanto, libertar-se dos interesses dos seus apoiantes, para continuar a transformação essencial da nossa economia”.

E deixa um alerta: “o lugar da França no século XXI está agora em jogo”.

Ler artigo completo