Goldman Sachs revê em alta crescimento do Reino Unido

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A vitória dos Trabalhistas deve trazer mais impostos para financiar mais despesa, mas também reformas para impulsionar o investimento e a produtividade, o que pode ter implicações positivas no produto potencial do país.

O Goldman Sachs reviu em alta as suas previsões de crescimento para a economia britânica este ano e no próximo após a vitória do Partido Trabalhista e a derrota esmagadora de Rishi Sunak e o dos Conservadores. O banco de investimento aponta a uma despesa superior no Reino Unido, embora num perfil governativo bastante semelhante ao dos sucessores.

Numa nota de pesquisa, o banco norte-americano reviu em alta a projeção de crescimento este ano e em 2025 por 0,1 pontos percentuais (p.p.), ou seja, para 1,1% e 1,6%, respetivamente. Apesar das promessas trabalhistas de que manterá uma política orçamental semelhante à dos anteriores governos conservadores, os gastos públicos devem crescer o equivalente a 0,8% do PIB, o que implicará impostos mais elevados.

Ainda assim, no médio-prazo, as reformas prometidas pelos trabalhistas para melhorarem produtividade e investimento devem fazer crescer o produto potencial do país, embora novas subidas de impostos tenham o efeito contrário. Na mesma linha, a prioridade colocada na redução da imigração poderá ter efeitos negativos na oferta de trabalhadores, uma redução que, num mercado laboral rígido como o dos últimos semestres, terá implicações do lado da inflação.

A pressão nos preços também se agravará com uma procura mais forte, sublinha a análise da Goldman. No entanto, e apesar de medidas como a aplicação de IVA nas escolas privadas e o compromisso com a subida do salário mínimo, a expectativa é que o indicador de preços do Reino Unido recue, até porque grande parte da inflação registada atualmente dá evidências de ser relativa a eventos passados.

Na vertente monetária, o Banco de Inglaterra (BoE) deve arrancar com os cortes de juros em agosto, embora os riscos estejam mais inclinados no sentido de adiar esta decisão. Recorde-se que os juros diretores na economia britânica estão atualmente em 5,25%, sendo que dois dos membros do banco votarão já em junho a favor de uma redução das taxas.

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