1200 dentistas emigraram para conseguir trabalhar

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Mais de metade dos médicos-dentistas que têm a inscrição suspensa na Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) fizeram-no para ir trabalhar para o estrangeiro.

Os números da OMD relativos a 31 de dezembro de 2023 mostram que estavam inscritos 15 557 profissionais, dos quais 12 988 com inscrição ativa e 2419 com inscrição inativa. Destes, 2312 estavam com inscrição suspensa, sendo que 1257 invocaram como motivo o exercício da profissão no estrangeiro.

França, Reino Unido, Espanha e Itália são os destinos preferidos, refere o relatório ‘Os Números da Ordem 2024’, que é divulgado esta quarta-feira. Aliás, 2023 foi o ano em que o número de suspensos atingiu o máximo histórico - mais 235 do que em 2022. De acordo com a OMD, estão com inscrição suspensa há mais de 5 anos 1339 médicos-dentistas.

“Portugal formou e perdeu 1339 médicos-dentistas com inscrição suspensa há mais de cinco anos. E a situação vai continuar a agravar-se, porque continuamos a despejar num mercado de trabalho saturado jovens com perspetivas muito reduzidas de conseguir uma situação profissional estável”, afirma Miguel Pavão, bastonário da OMD.

Ao contrário do que acontece com os médicos, nos dentistas há excesso de oferta, embora não seja igual em todo o território. “Somos o segundo país que mais médicos-dentistas forma na União Europeia. É urgente parar e pensar numa estratégia nacional que inverta estes números”, refere.
SAIBA MAIS
ALENTEJO COM MENOS
A Organização Mundial da Saúde recomenda 1 dentista por 2000 habitantes. As regiões com pior acesso são Alentejo Litoral (1 por 2052) e Baixo Alentejo (2051). A Área Metropolitana do Porto é a que tem maior densidade: 564.530 INSCRITOS EM 2023
Em 2023 inscreveram-se na OMD 530 novos médicos-dentistas, dos quais 387 de nacionalidade portuguesa. Dos estrangeiros, o maior contingente é de dentistas do Brasil e Itália (51 de cada) e Espanha (23).

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