146 mil alunos continuam sem professores. "Provavelmente vai ser pior do que o ano passado"

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No espaço de uma semana, o Ministério da Educação conseguiu reduzir em 100 mil, os alunos a quem faltavam professores, contudo na segunda semana de aulas do ano letivo- 146 mil alunos continuam sem professores.

As contas foram apresentadas esta quinta-feira, no parlamento, numa audição a pedido do Chega ao ministro da Educação. Fernando Alexandre começou por explicar a metodologia usada para chegar ao número de alunos a quem faltam professores.

"Cada aluno está a ser medido pelo número de disciplinas que têm sem aulas. Em 19 de setembro, o número de alunos que nós tínhamos sem aulas eram 241.841 - o que correspondia a 2.656 horários por preencher. Esta semana, uma semana depois (...) tivemos uma redução de quase 100.000 alunos sem aulas. Eram 146.318", explicou.

No arranque desta audição, o ministro Fernando Alexandre não quis deixar passar a oportunidade de esclarecer a guerra de números com o anterior ministro da Educação e reafirmou que há um ano eram mais de 320 mil alunos sem professores.

"O número 324.228 que o Governo apresentou pela primeira vez no dia 14 de junho, quando apresentou um plano para combater o problema dos alunos sem aulas, é um número verdadeiro, que mede, neste caso, o número de alunos que tiveram sem aulas, multiplicado pelo número de disciplinas, em algum momento no mês de setembro. Podemos usar o número 939, que é aquele que mede? Mede o número de alunos que tiveram sem aulas a uma disciplina durante todo o ano letivo. Ou podemos usar 20.887, que é o número de alunos que tiveram sem aulas a uma disciplina durante todo o primeiro período."

O ministro admite que o número de alunos sem aulas neste mês de Setembro "provavelmente vai ser pior do que o ano passado".

Mais de 5 mil candidatos ao concurso externo extraordinário

Feitos os esclarecimentos, o ministro da Educação anunciou que, para o concurso externo extraordinário que terminou esta quinta-feira, candidataram-se mais de cinco mil professores. Foram cinco mil candidatos para 2.309 vagas- 72% delas situam-se na Grande Lisboa, parte norte e sul do Tejo.

O ministro garantiu que o concurso direcionado "vai permitir a vinculação e oferece aos professores que residem em regiões a norte- onde eles estão mais concentrados- uma oportunidade para quem está acima do Rio Douro receber 450 euros adicionais para além do vínculo. O ministro que afirmou que, no futuro, vão continuar os concursos e apoios específicos.

Aposentados começam a ser contratados na próxima semana

Na audição, o ministro Fernando Alexandre anunciou ainda que na próxima segunda-feira começam a ser contratados os professores aposentados e também daqueles que querem prolongar a carreira apesar de já terem atingido a idade da reforma. O ministro reafirmou que para tornar a carreira docente mais atrativa, são necessários melhores salários nos primeiros anos de docência, assim como o fim das quotas na progressão da carreira.

Fernando Alexandre defendeu as medidas que já colocou no terreno, entre elas, a redução para 98, do número de professores com horário zero, ou seja, sem turmas atribuídas. O ministro estabeleceu também como prioridade formar mais professores e anunciou que já deu indicações à direção geral de ensino superior para que se aumentem as vagas nos cursos de educação, ao contrário daquilo que aconteceu este ano. "Nós temos que dar uma prioridade absoluta aos cursos na área de educação, sobretudo, àqueles que estão nas regiões mais carenciadas."

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