A grande novidade deste Kia XCeed está debaixo do capô. Uma escolha segura?

2 meses atrás 89

O Kia XCeed continua a ser aquela opção entre um familiar e um SUV que não compromete. Mas agora, tem um novo motor como argumento de venda.

Kia XCeed 1.5 T-GDi MHEV DCT

7.5/10

O Kia XCeed continua determinado em cumprir todos os requisitos. O que fica a faltar?

Prós

ComportamentoConfortoEquipamento

Contras

Avisos acústicosConsumos elevadosSistema MHEV rouba espaço na bagageira

Ainda que esteja praticamente a começar a ser «empurrado» para o seu fim de vida, devido à chegada de uma extensa lista de modelos da Kia nos próximos tempos, a verdade é que o XCeed continua a ser um dos modelos mais importantes da marca.

O seu sucesso deve-se, essencialmente, ao facto de continuar a preencher a maioria dos requisitos mais desejados pelos clientes deste segmento. Ou seja, não é feio, tem uma imagem inspirada nos SUV e também um bom espaço no habitáculo acompanhado de uma lista de equipamento generosa.

A única coisa que estava a faltar ao Kia XCeed era mesmo um motor mais interessante. Mas agora, é precisamente essa a novidade.

O Kia XCeed passou a estar disponível com um novo motor 1.5 T-GDi, com 140 cv de potência, que está associado a uma caixa automática de dupla embraiagem de sete relações. É uma opção mais equilibrada que o anterior motor de 1.4 T-GDI e promete uma otimização na economia de combustível.

O XCeed segue aquela velha máxima que nos ensina a não mexer numa equipa quando esta está a vencer e foi precisamente isso que a Kia fez com a mais recente atualização deste modelo.

Continua presente um sistema de iluminação em LED e, no caso da unidade ensaiada, com o nível de equipamento Tech (o mais completo), não faltam as jantes com 18” de diâmetro para fazer companhia à suspensão desta opção da gama, com mais 44 mm de altura ao solo que o Kia Ceed.

No habitáculo, mantém-se presente um ecrã de comando tátil com uma dimensão generosa de 12,3” e em frente ao condutor, o painel de instrumentos é totalmente digital e personalizável, com três temas disponíveis. Tantos como os modos de condução.

Kia XCeed 1.5 DCT - interior© André Mendes / Razão Automóvel

Na consola central, alguns comandos deixaram de ter botões tradicionais, tendo sido substituídos por outros táteis. Mas estes estão sempre no mesmo mesmo local no ecrã e não estão escondidos dentro de menus, ou seja, foi uma alteração bem feita.

Já os comandos da climatização automática são, felizmente, os mais convencionais de sempre. Os botões em que identificamos rapidamente todas as funções estão mesmo ao alcance da mão e não foram vítimas da digitalização.

Espaço suficiente

Neste capítulo o Kia XCeed não surpreende, mas cumpre a sua missão e deixa que quatro pessoas se sintam confortáveis a bordo, mesmo quando se viaja nos lugares traseiros.

Devido ao formato da carroçaria, os passageiros traseiros de maior estatura podem ficar com a cabeça mais próxima do tejadilho, mas sem que isso seja uma condicionante. Até porque, para facilitar, as costas dos assentos traseiros estão mais inclinadas que o habitual, de forma a compensar a altura.

De regresso aos lugares da frente, encontramos uma boa posição de condução, com regulações suficientemente amplas e uma quantidade de espaços de arrumação suficientes para os objetos que andam sempre connosco.

Lá mais atrás, apesar do ângulo das costas dos assentos, ainda há uma bagageira com 380 l de capacidade e um fundo amovível, que esconde um compartimento destinado a objetos de dimensão mais reduzida. Por se tratar de uma versão mild-hybrid, está presente uma bateria sob o piso da bagageira, o que «rouba» um pouco do espaço disponível. Caso contrário, o valor poderia chegar aos 426 l.

Motorização mais evoluída

O aglomerado de componentes mecânicos que se esconde debaixo do capô constitui a maior novidade deste Kia XCeed. Apesar de não haver nada a identificar esta versão no exterior, está presente um novo motor turbo a gasolina de 1,5 l, com 140 cv de potência e um binário máximo de 253 Nm.

No caso da unidade ensaiada, em vez da tradicional caixa de velocidades manual de seis relações, temos uma automática de dupla embraiagem com sete velocidades. O que implica também a presença de um sistema MHEV (mild-hybrid), com o objetivo de deixar as médias de consumo um pouco mais comedidas.

Os valores oficiais apontam para uma média de consumo num percurso combinado de 6,2 l/100 km. No entanto, durante o nosso ensaio, ficámos sempre acima deste valor, seja em cidade, em estrada ou na combinação destes dois cenários.

Kia XCeed 1.5 DCT - motor© André Mendes / Razão Automóvel

Com uma condução moderada — mas sem atrasar ninguém —, obtivemos um valor médio de consumo de 7,3 l/100 km. Já no final do ensaio, considerando alguns dos «abusos» dinâmicos a que sujeitámos o Kia XCeed, o valor acabou por ficar nos 7,9 l/100 km. Ou seja, mais alto que o declarado pela marca e também do que a nossa expectativa.

Um bom parceiro?

Colocando o tema dos consumos de parte, o Kia XCeed continua a oferecer uma condução suave e bastante filtrada. A direção tem uma assistência perfeita para os ambientes mais urbanos, mas menos interessante em traçados mais sinuosos.

Claro que este Kia XCeed não é uma das opções que nos obriga a trazer o cronómetro de casa, nem é esse o seu objetivo. Ainda assim, com uma altura ao solo mais elevada que o Ceed «normal» e com jantes de 18”, o comportamento dinâmico é previsível e não hesita em despachar uma zona de curvas com alguma ligeireza.

O suficiente, pelo menos, para ficarmos a pensar que a presença da caixa DCT já poderia incluir patilhas de mudança de relação atrás do volante. Mesmo não sendo a mais rápida do mercado, consegue dar uma boa ajuda ao motor, mas também ao condutor.

Kia XCeed 1.5 DCT - ecrã de avisos© André Mendes / Razão Automóvel Este é o ecrã que acabamos por utilizar mais vezes, praticamente no início de todas as viagens. É aqui que está a possibilidade de desligar alguns dos avisos acústicos mais «chatos»

Até aqui, tudo tranquilo. O maior «stress» começa quando o Kia XCeed começa a emitir avisos acústicos por tudo e mais alguma coisa, muitas vezes, sem sequer percebermos porquê. Seja porque excedemos o limite de velocidade (mesmo que seja devido a sinais de obras abandonados na estrada) ou porque tocámos na extremidade da faixa de rodagem.

Depois, há avisos a indicar que o limite de velocidade mudou ou que o sistema identificou um sinal de perigo. Ou seja, todo um mundo de avisos que acaba por nos dar vontade de os desligar a todos, tornando-os inúteis, ainda que, muitos deles, sejam agora obrigatórios.

Descubra o seu próximo automóvel:

Uma recheada versão Tech

O nível de equipamento Tech é o que assume a responsabilidade de ser o mais completo da gama, não tendo opcionais disponíveis (além da palete de cores), o que deixa a lista de equipamento de série bastante longa.

2 imagens

Ainda assim, há duas «falhas». No caso das ligações por Apple CarPlay ou Android Auto, continua a ser necessária a utilização de um cabo, não podendo ser feita sem fios. E depois, para escolher a cor da carroçaria, é obrigatório optar pela pintura metalizada, uma vez que este modelo não tem disponíveis tons que não sejam metalizados.

No entanto, e uma vez que todas eas opções de cor têm um custo razoável de 450 euros, que tal não optar pelo cinzento e sim por um tom mais alegre?

Com tudo isto em consideração, o preço base do — respire fundo…Kia XCeed 1.5 T-GDi MHEV 7DCT TECH é de 32 mil euros e o da unidade ensaiada… Adivinhou: é de 32 450 euros. No entanto, tal como é hábito na marca, está incluída uma campanha de lançamento que poderá retirar cerca de 2150 euros a este valor, deixando esta versão do XCeed com um preço final de 30 300 euros.

Veredito

Kia XCeed 1.5 T-GDi MHEV DCT

7.5/10

O Kia XCeed continua a responder positivamente a quase todos os desafios. Tem um visual apelativo, com um «toque» de SUV, um habitáculo suficientemente espaçoso e bem construído, uma lista de equipamento interminável e um preço que não é absurdo face ao que oferece. O motor 1.5 T-GDi é o argumento que faltava, mas revelou-se um pouco mais guloso que o desejado.

Prós

ComportamentoConfortoEquipamento

Contras

Avisos acústicosConsumos elevadosSistema MHEV rouba espaço na bagageira

Especificações técnicas

Versão base:32.000€

IUC: 148€

Classificação Euro NCAP: 5/5

32.450€

Preço unidade ensaiada

Arquitectura: 4 cilindros em linha Capacidade: 1482 cm³ Posição: Dianteira, transversal Carregamento: Injeção direta, com turbo e intercooler Distribuição: 2 a.c.c. / 4 válvulas por cilindro (16 válv.) Potência: 140 cv às 5500 rpm Binário: 253 Nm entre 1500-3000 rpm
Tracção: Dianteira Caixa de velocidades:  Automática DCT de sete velocidades
Comprimento: 4395 mm Largura: 1826 mm Altura: 1495 mm Distância entre os eixos: 1650 mm Bagageira: 380-1332 l Jantes / Pneus: 235/45 R18 Peso: 1469 kg
Média de consumo: 6,2 l/100 km Emissões CO2: 138 g/km Velocidade máxima: 195 km/h Aceleração máxima: >10,4s

Tem:

Airbags frontais, laterais e de cortinaAlarmeAndroid Auto / Apple CarPlayAr condicionado automático bi-zonaBancos em tecido e pele sintéticaBarras de tejadilho longitudinaisCâmara auxiliar de estacionamento traseiraDAW (Driver Attention Warning)FCA (Forward Collision-Avoidance Assist)Fecho de segurança para criançasHBA (High Beam Assist)Jantes de liga leve com 18”LFA (Lane Following Assist)LKA (Lane Keep Assist)MSLA (Manual Speed Limit Assist)Painel de instrumentos digital com ecrã de 12,3”Retrovisores aquecidos, elétricos e retráteisSensor de luz e chuvaSensores de estacionamento traseirosSistema de arranque sem chaveSistema de iluminação em LEDSistema de navegação com ecrã tátil de 10,25”Smart Cruise ControlTomadas USB à frente e atrásTravão de estacionamento elétricoVidros traseiros escurecidosVolante e alavanca das velocidades em pele

Pintura metalizada: 450 €

Ler artigo completo