À quarta é de vez? AR 'sem rei nem roque' (mas hoje há nova votação)

1 mes atrás 29

Após três votações durante o dia e noite de terça-feira, o Parlamento não conseguiu eleger o novo presidente da Assembleia da República. Há um novo 'round' marcado para as 12h00 desta quarta-feira - que se espera que reúna consenso e resolva o impasse.

A eleição tem de ser realizada na primeira reunião plenária da legislatura por maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções, ou seja, um total de 116.

Para a nova votação ao final da manhã, os partidos têm até às 11h00 para apresentar outros candidatos.

Tudo apontava para que fosse um sufrágio simples, rápido e eficaz. O deputado do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, concorria sozinho e o cenário seria o de uma maioria à Direita. Com 89 votos a favor, 134 brancos e sete nulos, não foi eleito e foi nesse sentido que o líder do grupo parlamentar dos sociais democratas, Joaquim Miranda Sarmento, anunciou a retirada da candidatura de Aguiar-Branco, na sequência daquilo a que classificou como a "primeira coligação negativa da XVI legislatura entre PS e Chega".

Cerca de uma hora depois, Aguiar-Branco volta a candidatar-se, acreditando que "seja possível" ser eleito, uma vez que "o país não pode ficar num impasse" porque o Parlamento não encontra um consenso para eleger a segunda figura do Estado.

Aguiar-Branco não 'corre' sozinho. PS e Chega apresentam os seus candidatos

Depois de uma pausa, seguiu-se para uma segunda votação. Antes disso, os partidos tiveram tempo para se reunirem e apresentarem novos candidatos.

Foi aí que o deputado do PCP, António Filipe, que está a dirigir temporariamente os trabalhos no Parlamento, anunciou que Francisco Assis (PS) e Manuela Tender (Chega) entraram nesta corrida e enfatizaram o impasse vivido na Assembleia da República.

Os partidos Livre (L) e Bloco de Esquerda (BE) revelaram o voto a favor do candidato socialista, enquanto o Partido Comunista Português (PCP) recusou revelar o seu sentido de voto.

Segunda votação (com duas voltas) e o primeiro dia da legislatura termina sem consenso

A segunda votação terminou sem que nenhum dos três candidatos com a maioria absoluta necessária para assumir o cargo.

Os dois mais votados - candidatos do PSD e PS - seguiram para uma segunda volta (e terceira votação) com o Chega a ter o poder de decisão nas mãos.

Vislumbrava-se, assim, um consenso à Direita para eleger Aguiar-Branco, no entanto, a bancada liderada por André Ventura votou em branco e em peso, mantendo o Parlamento 'sem rei nem roque'.

O socialista Francisco Assis obteve 90 votos, o social-democrata Aguiar-Branco 88 e registaram-se 52 votos brancos, na terceira tentativa falhada de eleger o próximo presidente da Assembleia da República.

E agora?

Primeiro dia terminado e continua em aberto o nome de quem ocupará o lugar da segunda figura do Estado.

Já passava das 23h00 quando foi anunciado que o Parlamento iria reunir (novamente) na quarta-feira. "Acordámos que se aceitarão candidaturas amanhã e o plenário reunirá ao meio-dia para eleição", disse António Filipe.

No meio de um vai e vem de votações, Miranda Sarmento afirmou que os sociais-democratas estão "disponíveis para dialogar com todos" para resolver o impasse criado na eleição do novo presidente do Parlamento.

Mais tarde, o presidente do Chega, André Ventura, assumiu que iria pedir uma reunião a Montenegro, com a qual espera "um entendimento" para aprovar um candidato indicado pela Direita.

"Vou pedir novamente ao doutor Luís Montenegro uma reunião à hora que ele quiser, onde quiser, na sede do PSD, na sede do Chega, para que até ao meio-dia de amanhã haja um entendimento à direita e não à esquerda para vencermos a candidatura de Francisco Assis", afirmou.

Mas quem 'levou a melhor' foi o secretário-geral do PS. O jornal Público avançou que Montenegro e Pedro Nuno Santos vão reunir-se na manhã desta quarta-feira com o objetivo de encontrar acordo para desfazer o 'nó' criado na Assembleia da República.

Por agora, há pouca convergência mas, acima de tudo, poucas certezas sobre quem (e quando) será eleito para assumir a Presidência da Assembleia da República.

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