Abel em crise no Palmeiras: «Respeitem-me, como homem e português»

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O Palmeiras, de Abel Ferreira, arrancou um empate ao cair do pano em casa do Internacional, mas já não vence há quatro jogos. O treinador português atravessa um dos piores períodos desde que chegou ao Brasil e, na conferência de imprensa em Rio Grande do Sul, exigiu por diversas vezes «respeito».

«Sabíamos que vínhamos de um mau momento, quatro ou cinco derrotas seguidas, ninguém aqui dentro está habituado. Muito menos o treinador e os jogadores pelo passado recente. Mas na nossa vida e no futebol não há só alegria, há frustrações. E nelas vemos quem está connosco e quem não está. É no momento das frustrações que vemos quem nos apoia incondicionalmente ou só de vez em quando», começou por dizer o técnico luso.

Abel apontou as várias mexidas no plantel, as lesões e o interesse de clubes estrangeiros nos jogadores como principais motivos para o rendimento recente da equipa. Ainda assim, apelou ao apoio dos adeptos.

«Contamos com nossos 15, 16 milhões de adeptos. Por eles jogamos, vamos lutar por títulos ainda este ano. A vida é feita de alegrias e tristezas. Todos no Palmeiras gostam de ganhar, mas nenhum dentro do clube gosta de ganhar mais do que eu. Nem adepto, nem diretor, nem presidente. Nenhum. Dentro do contexto que expliquei aos que são distraídos, mal-intencionados, oportunistas», realçou.

«Aqui criam-se notícias, dizem que as lideranças isto e aquilo. Só para gerar notícia. Isto é falso, ruim, um jornalismo raso, baixo. Parece que cheguei aqui há quatro dias. Estou no futebol brasileiro há quatro anos, não há quatro dias. Não preciso que falem bem de mim, só quero que me respeitem, como homem e como português. O que fazem os jogadores e a direção comigo é o que exijo dos outros. Respeito, porque se não me respeitarem, não vou respeitar quem não me respeita. Este ano vai ser contra tudo e contra todos», vincou.

Abel admitiu que «uma ou outra decisão não foi a melhor», mas reforçou que «o futebol é a coisa mais importante das menos importantes».

«Estou aqui há quatro anos, já fui vítima de xenofobia, perseguição. E não sei o porquê. Ou por ser português, ou treinador do Palmeiras, ou porque não gostam do Palmeiras. Só tenho isso a dizer. É a minha opinião, vocês têm a vossa, e eu posso dar a minha. Não sei se é por ser português, ter ganho algumas coisas, ser treinador deste clube específico, fundado por italianos. Não sou perfeito, nem vou ganhar sempre», salientou.

«Eu faço o que posso com os recursos que tenho para dar alegria aos 16 milhões de adeptos. Olhando sempre para o que temos disponível, e não há como não gerir com o calendário, as lesões, os jogos e as suas importâncias. Falo muito com a minha esposa, o jogo mais importante é sempre o seguinte. Às vezes as mulheres têm um sexto sentido, tenho de a ouvir mais, porque há mulheres que entendem mais de futebol do que muitos homens», concluiu.

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