O navio, que carregou no porto iraquiano de Bassorá, tinha como destino Aliaga, no oeste da Turquia, mas a agência britânica de segurança marítima (UKMTO) conta que o petroleiro foi abordado por quatro a cinco pessoas armadas que usavam fardas pretas de estilo militar e máscaras.
Tudo aconteceu a 50 milhas náuticas a leste da costa de Omã e, pouco depois, o navio alterou o rumo dirigindo-se a águas territoriais do Irão, sendo cortada a comunicação com o petroleiro. Desde que St. Nicholas foi atacado que os preços do crude, nos mercados internacionais, aumentaram, antecipando uma escalada do conflito no Médio Oriente.
São os rebeldes houthis apoiados pelo Irão que controlam uma grande parte do Iémen e, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a 7 de outubro do ano passado, intensificaram os ataques no Mar Vermelho. O objetivo é impedir o tráfego marítimo internacional, alegando solidariedade com os palestinianos, em Gaza.O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução a exigir o fim imediato dos ataques dos rebeldes houthis no Mar Vermelho, apesar das abstenções de Rússia e China.
Antes de terem tomado o controlo do petroleiro, os houthis já tinham lançado um ataque que o Centcom - Comando dos Estados Unidos para o Médio Oriente - afirma ter sido "concebido pelo Irão no sul do Mar Vermelho. Na madrugada de terça para quarta-feira os houtis utilizaram “drones, mísseis de cruzeiro e um míssil balístico".
Os 21 aparelhos foram abatidos por caças do porta-aviões norte-americano Dwight D. Eisenhower e um navio de guerra britânico, o HMS Diamond. Uma resposta das forças internacionais destacadas para o Mar Vermelho a um novo incidente de segurança ao largo da costa norte do Iémen, uma região sob o controlo dos rebeldes houthis, numa altura em que Washington e Londres ameaçaram tomar medidas se os ataques continuassem, enquanto o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução a exigir o fim imediato dos ataques dos rebeldes houthis.
Petroleiro reincidente em provocar braço-de-ferro
Este navio já tinha estado no centro de uma polémica em 2023, quando foi apreendido pelos Estados Unidos, que, na altura, acusaram o Irão de tentar enviar petróleo para a China, desta forma violando sanções aplicadas a Pequim pelos norte-americanos.
Na altura em que foi apreendido, no ano passado, o petroleiro chamava-se Suez Rajan e transportava mais de 980 mil barris de petróleo bruto iraniano, alegadamente contrabandeado. No momento em que foi apreendido, o navio esteve então quase dois meses e meio à espera para descarregar o petróleo iraniano, tendo depois mudado de nome para St. Nikolas.