Abordagem a petroleiro ao largo de Omã agrava tensão entre EUA e Irão

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A empresa responsável pelo petroleiro St. Nicholas, a Empire Navigation, com sede na Grécia, confirma ter perdido o contacto com o navio que transportava 145 mil toneladas métricas de petróleo e uma tripulação de 19 pessoas (um grego e 18 das Filipinas) e com bandeira das Ilhas Marshall. 

O navio, que carregou no porto iraquiano de Bassorá, tinha como destino Aliaga, no oeste da Turquia, mas a agência britânica de segurança marítima (UKMTO) conta que o petroleiro foi abordado por quatro a cinco pessoas armadas que usavam fardas pretas de estilo militar e máscaras

Tudo aconteceu a 50 milhas náuticas a leste da costa de Omã e, pouco depois, o navio alterou o rumo dirigindo-se a águas territoriais do Irão, sendo cortada a comunicação com o petroleiro. Desde que St. Nicholas foi atacado que os preços do crude, nos mercados internacionais, aumentaram, antecipando uma escalada do conflito no Médio Oriente.

Quem são os homens que atacaram o petroleiro 

São os rebeldes houthis apoiados pelo Irão que controlam uma grande parte do Iémen e, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a 7 de outubro do ano passado, intensificaram os ataques no Mar Vermelho. O objetivo é impedir o tráfego marítimo internacional, alegando solidariedade com os palestinianos, em Gaza.O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução a exigir o fim imediato dos ataques dos rebeldes houthis no Mar Vermelho, apesar das abstenções de Rússia e China.

Antes de terem tomado o controlo do petroleiro, os houthis já tinham lançado um ataque que o Centcom - Comando dos Estados Unidos para o Médio Oriente - afirma ter sido "concebido pelo Irão no sul do Mar Vermelho. Na madrugada de terça para quarta-feira os houtis utilizaram “drones, mísseis de cruzeiro e um míssil balístico".

Os 21 aparelhos foram abatidos por caças do porta-aviões norte-americano Dwight D. Eisenhower e um navio de guerra britânico, o HMS Diamond. Uma resposta das forças internacionais destacadas para o Mar Vermelho a um novo incidente de segurança ao largo da costa norte do Iémen, uma região sob o controlo dos rebeldes houthis, numa altura em que Washington e Londres ameaçaram tomar medidas se os ataques continuassem, enquanto o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução a exigir o fim imediato dos ataques dos rebeldes houthis.
Petroleiro reincidente em provocar braço-de-ferro

Este navio já tinha estado no centro de uma polémica em 2023, quando foi apreendido pelos Estados Unidos, que, na altura, acusaram o Irão de tentar enviar petróleo para a China, desta forma violando sanções aplicadas a Pequim pelos norte-americanos

Na altura em que foi apreendido, no ano passado, o petroleiro chamava-se Suez Rajan e transportava mais de 980 mil barris de petróleo bruto iraniano, alegadamente contrabandeado. No momento em que foi apreendido, o navio esteve então quase dois meses e meio à espera para descarregar o petróleo iraniano, tendo depois mudado de nome para St. Nikolas.

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