Academia Internacional de Gastronomia distingue João Sá como "Chef do Futuro"

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Foi com satisfação, e até alguma surpresa, que João Sá, chef do restaurante Sála, em Lisboa recebeu a notícia que tinha sido distinguido pela Academia Internacional de Gastronomia, como “Chef de l'Avenir” (Chef do Futuro). A preparar um serviço, João Sá, que este ano conquistou pela primeira vez uma estrela Michelin, considera o prémio como “o reconhecimento de um trabalho bem-feito, quer por mim, quer pela minha equipa, e resultado de 22 anos de carreira na cozinha”. Passar a fazer parte da lista restrita de chefs que receberam esta distinção é, para João Sá, “um estímulo que dá, evidentemente, mais vontade de continuar a fazer o que tenho feito até agora”. “Um ano perfeito”, reconhece, relembrando que os prémios ”trazem também muita responsabilidade”.

A distinção de João Sá como “Chef do Futuro” foi comunicada em nota enviada à Lusa, pela Academia Portuguesa de Gastronomia dando conta dos resultados da assembleia geral da Academia Internacional de Gastronomia.

João Sá

Em 2023, o prémio “Chef do Futuro” foi atribuído a Luís Gaspar, chef executivo dos restaurantes Sala de Corte, Pica-Pau e Brilhante, em Lisboa. Vasco Coelho Santos, do Euskalduna Studio, em 2022, Alexandre Silva, do LOCO em 2021, Filipe Carvalho, do Fifty Seconds, em 2020, João Oliveira, do Restaurante Vistas em 2019, Rui Silvestre, então como chef do Bon Bon, em 2017, e Francisco Martins (Kiko) em 2016 foram alguns dos mais recentes distinguidos com este galardão.

Sála de João Sá

Sentado no Sála

Sobre o restaurante Sála de João Sá (Rua dos Bacalhoeiros, 103, Lisboa. Tel. 218873045), na edição de 2024 do Guia Boa Cama Boa Mesa pode ler-se que “Agora com uma estrela Michelin, João Sá promete continuar a mostrar os sabores de uma nova Lisboa multicultural, onde moamba, vatapá e caril são sabores a redescobrir. Sem preconceitos e sem carne na ementa, o deleite é feito com “Santola, caril goês e harissa”, “Cuscos, coentrada e ouriço-do-mar” e “Enguia, caldeirada e alho negro”. Em quatro lugares ao balcão para uma experiência imersiva, ou na sala, escolha um dos dois menus de degustação e vibre com este restaurante”. Preço médio: €110.

Sála - João Sá

frederico van zeller

Grande Prémio da Cultura Gastronómica

Considerado por muitos como o maior gastrónomo português, José Bento dos Santos, foi galardoado com o Grande Prémio da Cultura Gastronómica, também atribuído pela Academia Internacional de Gastronomia. Bento dos Santos é presidente honorário da Academia Portuguesa de Gastronomia e tem o grau de Comendador da “Ordem de Mérito Agrícola, Comercial e Industrial”, atribuído pela Presidência da República em 2006, e a condecoração com o grau de “commandeur”, distinção dada pelo ministério para a Agricultura e Pescas francês em 2007. É ainda membro do Júri do Prémio Carreira atribuído pelo Guia Boa Cama Boa Mesa,na vertente dedicada à restauração.

José Bento dos Santos

Mario Pires

Em reação à notícia, Bento dos Santos assume ser “uma alegria muito grande, até porque este prémio era dado normalmente a pessoas que faziam grandes obras sobre gastronomia”. Reconhece que continua a ter prazer em cozinhar, bem como a escrever sobre gastronomia, e que “toda a vida tentei transmitir o meu conhecimento a toda a gente, a minha casa está sempre aberta, a amigos, a cozinheiros, para consultarem a minha biblioteca e para comerem comigo”. Modestamente, resume que “este reconhecimento foi simpático para mim, muito compensador e interessante”.

Sobre o prémio atribuído ao chef João Sá, Bento dos Santos diz ser “um cozinheiro impressionante, que surpreende pela ligação com o gosto, com a capacidade de ir à procura do gosto puro, do que satisfaz quem vai ao seu restaurante. É merecidíssimo o prémio que agora recebe”. Já João Sá considera Bento dos Santos como uma personalidade “com grande conhecimento, sempre pronto a ajudar e a fazer uma crítica construtiva”. Remata dizendo que “precisamos de pessoas assim, que nos ajudem, que nos façam pensar e que nos façam andar para a frente. Claro que é preciso que nos apoiem quando é necessário apoiar, mas que critiquem, quando for necessário. Como é óbvio, esta é uma distinção mais do que merecida”.

“À Mesa de Deus”

A Academia Internacional de Gastronomia atribuiu ainda os prémios de “Sommelier” a Gonçalo Patraquim do grupo Plateform, e de “Chef Pasteleiro” a Davide Cunha da Confeitaria Nacional. O prémio “Literatura Gastronómica” foi entregue a Maria Lecticia Cavalcanti pelo livro “A Mesa de Deus” e a José Eduardo Franco e Isabel Drumond Braga, pelo livro “História Global da Alimentação Portuguesa”. O prémio “Multimédia” foi para Augusto Freitas de Sousa pelo programa “Boa Vida” da rádio TSF.

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