Acidentes com 737. Boeing pode vir a ser acusada criminalmente

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A empresa Boeing, sediada perto de Washington, apresenta-se como líder mundial na área aeroespacial. Desenvolve, fabrica e presta serviços de manutenção a aviões comerciais, produtos de defesa e sistemas espaciais para clientes em mais de 150 países e é um dos maiores exportadores dos EUA.

Agora a multinacional pode enfrentar acusação criminais depois de os procuradores dos EUA terem proferido recomendações para que o Departamento de Justiça (DOJ) incrimine a Boeing.

Esta deliberação ocorre depois de o DOJ ter encontrado informações que aponta para uma violação da empresa fabricante de aviões perante um acordo relacionado com dois acidentes fatais envolvendo aeronaves 737 Max.

A Boeing já negou esse dado, mas de acordo com a BBC, não quis acrescentar mais elementos.

Os acidentes, um na Indonésia em 2018 e outro na Etiópia em 2019 que vitimaram 346 pessoas, apresentam-se como pano de fundo para colocar em causa a segurança dos aviões da Boeing.

O DOJ tem até 7 de julho para tomar uma decisão final sobre processar ou não a Boeing.

“Esta é uma decisão realmente importante que está por deliberar”, afirmou Ed Pearson, diretor executivo da Fundação para Segurança da Aviação e ex-gerente da Boeing, citado na BBC.

“Há problemas com essas aeronaves. Estamos a ter problemas com esses modelos e estou a falar do 737 Max, 787 e isso reflete a liderança”, acrescentou.
Acordo desrespeitado
Um 2021, a Boeing concordou em pagar o valor de 2,33 mil milhões de euros ao mesmo tempo que os procuradores aceitaram pedir ao tribunal que retirasse uma acusação criminal após um período de três anos. De acordo com a Reuters, as fontes não especificaram quais as acusações criminais dos funcionários do Departamento de Justiça.

No mês passado, o DOJ denunciou que a Boeing violou o acordo, argumentando que a empresa que não conseguiu “projetar, implementar e fazer cumprir um programa de conformidade e ética para prevenir e detetar violações das leis de fraude dos EUA em todas as suas operações”.

Na última semana, o presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, enfrentou diversas críticas de alguns senadores norte-americanos.

Embora Calhoun se tenha defendido dizendo que a empresa “aprendeu” com os erros do passado, os legisladores não o pouparam acusando-o “de não fazer o suficiente para retificar uma cultura de retaliação”.

O presidente-executivo reconheceu ainda as deficiências da multinacional em matéria de segurança e pediu desculpas às famílias que perderam entes queridos.

Entretanto, existe uma investigação em curso relativamente aos modelos 737 Max, 787 Dreamliner e 777, na qual estão a ser identificados vários problemas de produção.

Em janeiro, a Boeing voltou a ser alvo de críticas quando um painel de porta caiu de um avião 737 Max durante um voo da Alaska Airlines em janeiro, deixando um buraco no aparelho durante o voo.

Sobre a acusação do DOJ, mais uma vez, não foram reveladas expecificamente quais as incriminações em causa. Sabe-se sim que, para além das penas financeiras, os acordos mais rigorosos normalmente envolvem a instalação de um terceiro para monitorizar a conformidade da empresa. O DOJ também pode exigir que a empresa admita seu erro, declarando-se culpada.

De acordo com a Reuters, o DOJ pode ainda prorrogar o acordo de 2021 por um ano ou propor termos novos e mais rígidos, em vez de processar a Boeing.

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