Adjuntos defendem Conceição e acusam Vítor Bruno de «grande traição»

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Momento de ruptura na equipa técnica de Sérgio Conceição. Com as notícias da vontade de Vítor Bruno em seguir uma carreira a solo e da possibilidade de assumir o comando do FC Porto, restantes companheiros de Conceição vieram em sua defesa.

«[Surpresa com a decisão de Vítor Bruno] Está o Sérgio e estou eu. Ainda por cima sabendo que o chefe dele tinha assinado um contrato, vai fazer um acordo com o clube? Primeiro faz um acordo com o clube e só depois é que transmite ao Sérgio que quer seguir sozinho. Estou indignado e já ando no futebol há 50 anos», revelou Diamantino Figueiredo, treinador de guarda-redes, ao jornal O Jogo.

«O problema é a forma como o processo foi conduzido. O Sérgio tem contrato com o FC Porto e não resolveu nada, porque a decisão do Sérgio poderia ser 'vamos continuar'. E ele já tinha feito um acordo para ser principal? Eu, estando uma estrutura, numa equipa técnica, sendo adjunto ia falar com o meu chefe, neste caso com o Sérgio: 'olha, desculpa, mas eles vieram falar comigo para, no caso de saíres, assumir o lugar aqui'. E até pedia opinião. Aí seria uma coisa completamente diferente. Seguia o caminho dele sozinho, mas as coisas ficavam limpas. Ele disse na cara do Sérgio que ia para o Catar.» 

«Depois vem-se a saber, pelo próprio presidente Villas-Boas que o único que tem é o Vítor Bruno. É a pura verdade sobre o que se passou. Não queiram pôr o Sérgio como o mau da fita. O Sérgio abdicava tudo, não precisa de dinheiro. Não precisa disto é pela paixão e pelo amor que tem ao clube. Agora volta tudo à estaca zero, quero ver como vão descalçar esta bota. E este acordo, supostamente, já existe há muitas semanas. Estamos todos com ele [Sérgio Conceição], todos menos o Vítor, claro», acrescentou, reconhecendo também que apenas Conceição tem contrato assinado com os dragões.

«Eu não estou contra a decisão do Vítor, pode seguir o seu caminho, tudo bem. Agora, a maneira como foi feita... Para todos os efeitos ele sabia que o chefe dele tinha contrato. E vai fazer um acordo? E um dia antes de ir de férias, num jantar, comunica que quer seguir sozinho, que vai para o Catar e depois vem-se saber que já tinha feito um acordo. Que homem é ele? Era o braço direito, é uma grande traição (...) Não termos assinado não tem nada a ver com o Sérgio, mas com a administração anterior. É tudo completamente mentira e estão a fazer das coisas um pouco que não são. Aliás, o próprio presidente, quando assinou com o Sérgio, foi ao nosso departamento, onde estávamos todos os adjuntos, eu, o Vítor, Dembelé, o Eduardo, o Vedran, e disse que nós íamos assinar na segunda ou terça-feira seguinte. Claramente, que não tem nada a ver com o Sérgio. Estou há 13 anos com ele e é capaz de tirar do dele para nos dar.»

Também Siramana Dembelé, em declarações ao MaisFutebol, saiu em defesa de Conceição e lembrou o espírito de amizade que Sérgio sempre teve com os seus companheiros de equipa técnica.

«O Sérgio Conceição não traiu ninguém, o Sérgio Conceição foi sempre muito direto, muito frontal, sempre tratou muito bem de nós, pensou sempre em nós. Quando estávamos no Nantes e quando era para vir para o FC Porto, ele exigiu que os adjuntos ficassem com o mesmo ordenado e ele baixou o ordenado dele para nos permitir ter isso», afirmou o francês.

«Da minha parte e da restante equipa técnica, o Sérgio Conceição foi sempre muito claro, sempre muito sincero e sempre, sempre tratou de nós antes de tratar dele. E a tratar dos contratos, foi sempre igual. Era sempre a tratar das coisas em primeiro e, depois, com a palavra dada pelas pessoas que mandavam no clube, nós acompanhávamos sempre o Sérgio. Desta vez, ele fez o mesmo procedimento, só que desta vez não se fez, porque Pinto da Costa não ganhou as eleições», revelou.

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