ADN | Repetir a graça no grupo da morte

4 meses atrás 89

Com o início do Euro 2024 ao virar da esquina, está na altura de conhecer todas as 24 equipas que vão participar no maior torneio de seleções do Velho Continente. Durante os dias que antecedem o pontapé de partida, o zerozero apresenta-lhe o perfil de cada seleção, assim como a sua figura e técnico.

Áustria parte para a terceira participação consecutiva em fases finais de Campeonatos da Europa, a quarta da história. Depois da estreia, em 2008, os austríacos só voltaram à elite europeia em 2016 e desde aí têm sido habituée. Para a estadia na vizinha Alemanha, a seleção comandada por Ralf Rangnick foi atirada pela sorte para um dos grupos mais equilibrados da competição.

FrançaPaíses Baixos e Polónia. Os três adversários austríacos são imponentes e tornam desafiante a missão de repetir a presença nos oitavos de final conseguida na edição de 2020. Também aí o grupo da Áustria tinha o toque neerlandês, mas o grau de dificuldade sobe quando se trocam Ucrânia e Macedónia do Norte por França e Polónia.

Entre notícias que o ligaram ao comando técnico do Bayern München para a próxima temporada, Ralf Rangnick colocou fim aos rumores e declarou fidelidade à federação austríaca, focando-se meramente na fase final do torneio. O técnico de 65 anos está ao comando da seleção desde 2022, após ter deixado o Manchester United, e o saldo é positivo: 13 vitórias em 22 encontros. A presença na Liga A da Liga das Nações, em 2022/23, trouxe o maior fracasso em termos estatísticos, com a Áustria a ceder quatro derrotas em seis jogos num grupo com Croácia, França e Dinamarca. Ainda assim, uma vitória clara em solo croata e um empate frente aos gauleses fizeram as delícias dos austríacos.

No apuramento para esta competição, a Áustria não deu espaço para surpresas. Uma grande fase de grupos, com seis vitórias em oito jogos e uma defesa altamente sólida, valeram o segundo lugar a apenas um ponto da Bélgica e o respetivo apuramento. Fora, bem longe, ficou a Suécia.

Pressão alta e transições mortíferas

Rangnick é um dos criadores da aclamada filosofia Red Bull e do estilo gegenpressing que tanta fama tem nos dias que correm. Implementou as suas ideias com sucesso em Salzburgo e Leipzig, duas cidades com equipas da família Red Bull, onde foi diretor desportivo e até mesmo treinador, no caso da formação alemã.

Sendo o experiente técnico o pai do gegenpressing, é com naturalidade que esses traços sejam visíveis nesta Áustria. Fã do 4-4-2, Rangnick converteu-se mais ao 4-2-3-1 com a seleção austríaca e os traços da sua filosofia estão lá todos: pressão alta transições rápidas e letais. A Áustria é uma equipa à imagem do técnico, que procura ser agressiva nos momentos imediatamente após a perda do esférico. Qualquer equipa que entre em campo para defrontar a armada austríaca sabe de antemão que terá pela frente um jogo de alta intensidade perante uma equipa que simplesmente não para de correr.

Embora tenha sido uma das agradáveis surpresas no futebol de seleções ao longo dos últimos meses, a seleção austríaca chega à fase final do Campeonato da Europa com dois problemas graves: David Alaba e Xaver Schlager. Dois jogadores preponderantes no futebol da seleção e que vão falhar o certame.

Contudo, há mais opções de qualidade e os olhos recaem, acima de tudo, em Marcel Sabitzer. Vice-campeão europeu com o Borussia Dortmund, o médio de 30 anos é a personificação do tipo de jogador que o gegenpressing de Rangnick necessita. Intenso, lutador, fiável com bola e, quando não a tem, cerra os dentes e é persistente até a voltar a ter. Muito do possível sucesso austríaco vai passar, garantidamente, por Sabitzer, mas há mais nomes a ter em conta: o promissor Nicolas Seiwald, o veteraníssimo Marko Arnautovic ou o já bem rodado Konrad Laimer.

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