Advisor, profissão emergente com duas posições distintas e promissoras

6 meses atrás 59

O ‘advisor’ nasce na complexidade da sociedade da informação em que vivemos, cada vez mais assente na digitalização e acelerada pelas tecnologias avançadas de ‘machine learning’ e inteligência artificial.

Advisor… que profissão é essa!?… Dizem-me que é um bom começo para contar a  história de uma profissão emergente, sem tradução para a língua portuguesa, num país com fraca literacia financeira. Prossigo.

O advisor nasce na complexidade da sociedade da informação em que vivemos, cada vez mais assente na digitalização e acelerada pelas tecnologias avançadas de machine learning e inteligência artificial.

Num artigo, recentemente, publicado na “Executive Digest”, Luís Rasquilha, CEO do Ecossistema Inova e professor da Fundação Dom Cabral, distingue o advisor do típico consultor e do tradicional conselheiro da administração. Na sua definição, “o advisor coloca a sua experiência ao serviço das empresas para quem trabalha fortalecendo a personalização e tratando cada caso como único”. Não se trata “apenas”, dizemos nós, de alguém que diz aos seus clientes o que fazer.

Vasco Salgueiro, senior executive manager da empresa de recrutamento especializado Michael Page, alerta-me que é preciso falar em duas posições distintas e que normalmente não estão associadas:_advisor financeiro e advisor legal, ambas, porém, na esfera de interesse desta publicação de o Jornal Económico. O advisor financeiro, tal como o nome indica, integra-se no departamento financeiro. O advisor legal insere-se no departamento jurídico/legal.

O berço do advisor é a Universidade. Que perfis são requeridos para exercer a função? O que estudar para nela fazer carreira? Peço a Vasco Salgueiro que trace o retrato. Ei-lo nu e cru: o advisor financeiro é o típico licenciado em gestão, economia ou finanças com experiência em auditoria externa numa das denominadas Big Four – consultoras internacionais ou, em alternativa, ter experiência inicial no departamento financeiro de uma empresa e evoluir para o controlo financeiro.

É nas Faculdades de Direito que se encontra a fonte do in-house lawyer /jurista /legal advisor. Jovens licenciados com realização de estágio generalista numa sociedade de advogados ou profissionais experientes em áreas de especialização como Comercial & Societário, Contratos, Laboral, Contencioso ou Proteção de Dados e posterior passagem para empresas e departamentos jurídicos, como legal advisors.

As “figuras” de financial advisor e advisor legal consolidam-se na razão direta em que nas empresas se adensa a digitalização e campos conexos como a IA. A Michael Page confirma-o com dados da procura.

Nas empresas é “recorrente” e visa sobretudo a produção de informação de gestão para a administração, monitorização e controlo de negócio e para a análise de resultados, KPIs, análise de desvios e medição de performance de unidades de negócio e global. Também a posição in-house lawyer/jurista/legal advisor. regista, segundo Vasco Salgueiro, uma procura crescente, sobretudo para atuar na mitigação de riscos de compliance e legislação global ou específica. Normalmente, esta posição faz a ligação com consultores legais externos.

Num país que, por norma, remunera abaixo de grande parte dos pares europeus, quanto ganha um advisor em Portugal? Dada a heterogeneidade dos níveis atrás exposta, a grelha é obviamente vasta, indo de 22.400 euros por ano até 60 mil brutos, em termos médios, segundo a Michael Page. Há ainda direito a bónus anual, indexado e performance individual e global, subsídio de alimentação e seguro de saúde. Considerando que a complexidade da sociedade  continuará a aumentar, o advisory  pode ser um caminho a explorar. Nunca se sabe onde irá desembocar…

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