Aeroporto: Câmara do Seixal salvou o país de um erro colossal

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A 14 de maio de 2024 o primeiro-ministro anunciou a construção do Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete. Esta decisão vem ao encontro do que a Câmara Municipal do Seixal sempre defendeu e do parecer da Comissão Técnica Independente (CTI). É caso para dizer, mais vale tarde que nunca.

Há muito que o Seixal defendia essa opção, consagrada no Plano de Desenvolvimento Estratégico da Península de Setúbal, elaborado no âmbito da Associação de Municípios da Região de Setúbal.

Convém lembrar que, em 2008, o Governo de então consagrou a solução de construção de um novo aeroporto internacional em Alcochete, com emissão de Declaração de Impacto Ambiental, uma solução que mereceu alargado consenso no país.

Acontece que foi privatizada a ANA, entidade responsável pela gestão dos aeroportos nacionais, a qual passou a ser detida pela empresa francesa Vinci Airports, cujo contrato de concessão continha o compromisso de construir um novo aeroporto em Lisboa, devido à saturação da Portela. Perante esta obrigação, a Vinci foi à procura da solução mais barata e encontrou-a na utilização da Base Aérea nº 6 no Montijo como terminal complementar da Portela.

A decisão foi aceite pelo governo do Partido Socialista e pelas “suas” autarquias na região de Setúbal, mas mereceu ampla contestação da Câmara do Seixal. Sempre dissemos que era uma solução sem futuro, numa zona com elevada densidade populacional e com consequências nefastas, pelo aumento exponencial do ruído, para as populações do Montijo, Moita, Barreiro e, principalmente, Alcochete, mas também para algumas zonas do nosso concelho, como Fernão Ferro e Paio Pires, por causa dos cones de aterragem ao Terminal Aeroportuário. Esta solução traria ainda consequências incalculáveis do ponto de vista ambiental.

A Câmara do Seixal manteve-se firme na defesa dos interesses da região e do país, mesmo quando se viu sozinha nesta luta. Vetámos a solução proposta, pelo que fomos fortemente atacados pelo PS concelhio e distrital, que o acusou os “autarcas do PCP na Península de Setúbal de serem forças de bloqueio ao desenvolvimento desta região” e de “estarmos sempre contra tudo”.

Só que todos os estudos efetuados e o parecer da CTI vieram demonstrar o que o Seixal sempre afirmou: a solução Montijo era a pior opção e o Campo de Tiro de Alcochete a melhor. Foi a decisão da Câmara do Seixal de vetar a construção do aeroporto na Base Aérea nº 6 no Montijo que salvou o país de um erro colossal, com consequências nefastas para o desenvolvimento da região de Setúbal e do país.

A recente decisão do Governo de anunciar a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete prova que a Câmara Municipal do Seixal tinha razão. Os autarcas do Partido Socialista, que defendiam a pior opção, revelaram-se as verdadeiras forças de bloqueio ao desenvolvimento da região!

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