Álvaro Sobrinho acusado de branqueamento agravado por transferir 20 milhões para a SAD do Sporting

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23 set, 2024 - 16:17

A investigação "permitiu comprovar a transferência ilícita de 20 milhões de euros do BESA para a SAD leonina, deixando Álvaro Sobrinho com 29.85% do capital do Sporting Clube de Portugal SAD".

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, esta segunda-feira, que Álvaro Sobrinho, ex-presidente do Banco Espírito Santo de Angola (BESA), com sede em Luanda, "está acusado pela prática de um crime de branqueamento agravado" pelo investimento na SAD do Sporting feito através de uma empresa que controlava com verbas que seriam do banco.

De acordo com comunicado da PJ, a investigação "permitiu comprovar a transferência ilícita de 20 milhões de euros do BESA para a SAD leonina, deixando Álvaro Sobrinho com 29.85% do capital do Sporting Clube de Portugal SAD".

Desta forma, o ex-presidente do BESA Angola usou uma sociedade que controlava e da qual era acionista maioritário, a Holdimo, como veículo de investimento na SAD dos leões, tendo realizado transferências, realizadas a partir de contas do BESA domiciliadas em Lisboa, de "cerca de 16 milhões de euros, verba que seria para utilizar na compra do passe de jogadores para o clube e depois receber em troca uma percentagem da sua venda".

Segundo a nota hoje publicada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os fundos destinavam-se "a financiar a atividade do banco, mas que o arguido utilizou como se fossem seus”.

“Num primeiro momento, a sociedade arguida teria investido no clube um total de 16.050.000 € e receberia como retribuição um montante calculado sobre o valor da venda dos passes dos jogadores, devido em função da percentagem dos direitos económicos que adquiriu pelo investimento”, pode ler-se no comunicado do DCIAP, acrescentando que a verba transferida foi reconvertida depois em ações.

Além dos 16 milhões de euros originais, foram, ainda, investidos na SAD do Sporting mais quatro milhões, também oriundos do BESA, elevando para 29,85% o capital detido pela Holdimo na SAD do Sporting (que entretanto foi diluído em 2022 para cerca de 13,28% e para 9,9% durante este ano).

“Através das operações descritas na acusação, indicia-se que o arguido logrou encobrir o rasto das referidas quantias monetárias, fazendo-as passar por verbas obtidas de forma lícita, quando, na verdade, as havia obtido por apropriação de valores do BESA”, referiu o Ministério Público.

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