Amostra do asteroide Bennu contém minerais essenciais para a vida

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A amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu que foi recolhida pela sonda OSIRIS-Rex está a surpreender os investigadores por conter elementos essenciais para a formação de vida como a conhecemos. Apesar de amostras anteriores também terem estas características, no Bennu surpreende o grau de pureza do fosfato de magnésio-sódio e o tamanho dos grãos encontrados.

A sonda espacial regressou à Terra no outono passado e os cientistas tinham esperança de encontrar na amostra respostas para segredos do passado do Sistema Solar e da química prebiótica que possa ter originado a vida como a conhecemos. Agora, as conclusões divulgadas no Meteoritics and Planetary Science corroboram estas expectativas, com os investigadores a revelaram que as poeiras são ricas em carbono e nitrogénio, componentes orgânicos e fosfato de magnésio-sódio, tudo elementos necessários à vida.

O pedaço de rocha trazido do espaço é semelhante ao que se encontra em fossos marinhos cá na Terra, na região onde o material proveniente do manto terrestre se encontra com a água. Também a missão japonesa Hayabusa trouxe de volta uma amostra do asteroide Ryugu e revelou partículas semelhantes, mas no Bennu o grau de pureza do material é superior.

Dante Lauretta, investigador principal desta missão, conta que “a presença e o estado do fosfato, ao lado de outros componentes e elementos no Bennu, sugere um passado aquoso para o asteroide. O Bennu pode ter sido parte de um mundo mais húmido. No entanto, esta hipótese requer mais investigação”. “Esta amostra é o maior reservatório não alterado de material de asteroide que há na Terra”, completa o investigador.

A equipa espera perceber mais sinais de como era a vida há milhões de anos e como evoluiu desde então, com as rochas provenientes de asteroides a conseguirem reter o seu estado original e a não se terem derretido ou ressolidificado desde a sua origem.

Além da Universidade do Arizona, dezenas de outros laboratórios também receberem a sua porção de amostras deste asteroide e devem, nos próximos tempos, publicar as suas conclusões. A sonda, recorde-se, foi lançada em setembro de 2016 para recolher amostras de rocha e poeiras do asteroide Bennu e regressou à Terra em setembro de 2023.

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