AMP e AML alertam que no meio do seu bem-estar também grassam a pobreza e exclusão

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Hoje de manhã, as duas áreas metropolitanas assinaram a Declaração do Porto, para “desenvolver esforços e medidas centradas em três domínios do PRR, cruciais para estes dois territórios: habitação, inclusão social e mobilidade e transportes públicos”.

As áreas metropolitanas do Porto (AMP) e Lisboa (AML) alertaram hoje, num encontro no Porto, que no meio dos seus territórios de “bem-estar e desenvolvimento” também grassam fenómenos de “pobreza e exclusão” específicos das regiões.

“Temos a presunção de achar que as áreas metropolitanas são os territórios do bem-estar, do desenvolvimento, o que sendo, por um lado, verdade, esconde a outra face da moeda, que é termos, ao mesmo tempo, nas duas áreas metropolitanas, fenómenos de pobreza e exclusão que são, em muitos casos, únicos, e noutros casos mais intensos do que acontece no resto do país”, disse hoje o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues.

O responsável da AMP falava no Pavilhão Rosa Mota, no âmbito do Encontro das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, sobre as Operações Integradas em Comunidades Desfavorecidas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Já a sua homóloga de Lisboa, Carla Tavares, vincou que “as duas áreas metropolitanas contam mais de 4,6 milhões de habitantes, o que corresponde a 45% da população nacional, e que em conjunto representam cerca de 52% do PIB nacional e 61% do valor acrescentado bruto”.

Porém, segundo a também presidente da câmara da Amadora, nestes territórios “são evidentes as profundas assimetrias sociais e económicas, bem como os problemas estruturais de desigualdade económica e exclusão social”.

Os desafios colocados por estas diferenças “são também uma herança da incapacidade de responder aos anseios dos que chegaram durante a urbanização acelerada dos anos 60, 70 e 80, sem possibilidade de progressão laboral e condições de rendimento compatíveis com as suas aspirações”.

“Muitas comunidades foram compelidas a viver nas periferias, o que criou fraturas socioeconómicas que as autarquias têm vindo a procurar mitigar a diversos níveis”, ilustrou.

Eduardo Vítor Rodrigues vincou a importância de abordar “velhas questões sociais e novas questões sociais”.

“No caso da Área Metropolitana do Porto, muito em concreto, olhando para as velhas questões sociais, o empobrecimento em alguns segmentos em concreto, ou o desemprego e a desqualificação, muito específicas aqui da região Norte do país e da Área Metropolitana do Porto, mas também novas questões sociais como a imigração e a integração de imigrantes”, detalhou.

Na AML, “o progresso social e económico da última década infelizmente esconde realidades sociais localizadas, específicas e complexas de comunidades que estão em situação persistente de desvantagem social e económica, onde a pobreza infantil atinge os mais variados níveis e valores do país”, segundo Carla Tavares.

“O insucesso e abandono escolar permanecem muito elevados e longe das metas nacionais, ainda que com uma profunda diminuição nos últimos anos, os jovens que não estudam, nem trabalham, nem frequentam qualquer formação assumem ainda um percentual muito elevado”, assinalou.

Carla Tavares referiu-se também à imigração, em que “a população imigrante em situação de pobreza assume, nos últimos anos, maior gravidade”, e referiu ainda “o problema do acesso á habitação e a prevalência de habitação indigna.

Hoje de manhã, as duas áreas metropolitanas assinaram a Declaração do Porto, para “desenvolver esforços e medidas centradas em três domínios do PRR, cruciais para estes dois territórios: habitação, inclusão social e mobilidade e transportes públicos”.

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