Ana Catarina Mendes receia que medidas do Governo abram “portas à imigração ilegal”

3 meses atrás 90

A antiga ministra dos Assuntos Parlamentares entende que obrigar alguém a ter um visto de trabalho pode contribuir para este problema. Por outro lado, vê com bons olhos a manutenção da AIMA, mas pede um maior reforço humano e tecnológico dos consulados.

Ana Catarina Mendes receia que as medidas do novo plano do Governo possam “abrir portas à imigração ilegal”. Em entrevista à “SIC Notícias”, a antiga ministra dos Assuntos Parlamentares entende que obrigar alguém a ter um visto de trabalho pode contribuir para este problema.

“Se a rede consular não lhe dá o visto de trabalho, se tem um visto de turismo e entra em Portugal pode estar à procura de trabalho e não conseguir encontrar, de repente. O que significa que fica nas mãos de redes de imigração ilegal e que exploram a miséria e vulnerabilidade das pessoas que aqui chegam”, referiu.

A atual deputada do Partido Socialista considera que este cenário pode agravar-se para quem fique no país. “Vai colocar as pessoas em situação de impossibilidade de virem e as que conseguem vir com vistos e cá ficar, ficam numa situação dramática de irregularidade e ilegalidade”, salientou.

Por outro lado, Ana Catarina Mendes vê com bons olhos a manutenção da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), mas pede um maior reforço humano e tecnológico dos consulados, dado que face a situação atual “para aplicar a lei tal como ela está, dificilmente combateremos as redes de tráfico ilegal”.

O Governo apresentou esta semana 41 medidas que formam o Plano de Ação para as Migrações, onde avulta o fim do regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência.

A partir de agora, um estrangeiro com visto de turista já não poderá tratar da sua regularização em Portugal, necessitando de um contrato de trabalho ou de outra solução tratada previamente na rede consular portuguesa.

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