Se a Atalanta é La Dea (a Deusa), devido à figura da mitologia grega que originou o nome do clube, então tem em Gian Piero Gasperini a figura de um messias. O clube, embora histórico e centenário, subiu a pique quando este treinador chegou. Desde aí (2016/17), deixou de alternar entre os dois principais escalões de Itália e passou a alternar entre as diferentes competições europeias, chegando mesmo a ser sensação mundial pelo estilo frenético e goleador, na mesma altura em que fez da sua primeira participação na Champions um verdadeiro conto de fadas. Mesmo sem títulos, Gasperini conseguiu tornar-se lenda viva na pequena comuna de Bérgamo e inspirar outros pensadores do futebol, entre eles o treinador do Sporting. Antes de um jogo em que sofreu a sua primeira e única derrota caseira da temporada, Rúben Amorim admitiu ter tido o técnico italiano como «referência». Nesse dia, mostrou ainda ter muito para aprender... Hoje a Atalanta já não é cara das maiores goleadas de cada fim de semana. Já não chega à marca dos 100 golos por época, nem atrai tanta atenção. Mudou, mas apenas porque foi forçada a tal. Pura adaptação de quem continua competitivo mesmo após perder as figuras maiores - sina que os clubes portugueses tão bem conhecem. Atalanta já criou sarilhos em Alvalade @Kapta+ Se a Atalanta é Deusa e Gasperini o messias, então é possível que os devotos adeptos deste emblema tenham um livro sagrado com mandamentos orobici. Quiçá frases como jogarás com três defesas, ou não utilizarás alas subidos para desequilibrar pelas. Dados que identificam o clube ao ponto de parecerem regras. qGasperini foi uma referência para mim Rúben Amorim Os alas continuam preponderantes. À direita é Zappacosta que dá a largura desde que Hateboer começou a sofrer com lesões, à esquerda é Matteo Ruggeri. Pelo meio, Koopmeiners fez-se figura e complementa na perfeição Marten de Roon, oferecendo a criatividade (e outras valências ofensivas) que o seu compatriota nunca teve, enquanto Éderson se vai agigantando cada vez mais como uma peça fulcral. Ademola Lookman esteve endiabrado na última visita a Lisboa @Kapta+ Sem bola, falamos de uma equipa altamente pressionante. Não é raro ver quatro ou cinco jogadores atacar o portador da bola em tentativa de recuperação rápida em zonas adiantadas, permitindo à defesa, constituída pelo capitão Tolói, o fiável Djimsiti e o impressionante Giorgio Scalvini, jogar com a linha muito subida. É uma Deusa em constante adaptação, mas que mantém vários comportamentos antigos. O Sporting revê-se numa boa parte deles, mas já revelou dificuldades na hora de os tentar contornar...Como joga a Atalanta?