«Já houve uma ou outra abordagem de um grande de Portugal, mas não é esse o objetivo que tenho»

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Vítor Pereira foi desafiado pelo MAISFUTEBOL a regressar aos tempos do FC Porto, referindo que essa fase ficará para a vida toda, mas que terminou quando devia terminar.

Pelo caminho garantiu que um regresso ao futebol português pode sempre acontecer, mas que não faz questão disso. Quer, isso sim, chegar a uma grande Liga europeia.

Nesta entrevista com o MAISFUTEBOL e A Bola, em Riade, para onde viajámos a convite da Liga Saudita, o treinador do Al Shabab recordou ainda a emoção do golo de Kelvin.

Saudades dos tempos do FC Porto?

Sim, claro. Há coisas que me marcaram desses tempos no FC Porto e que ficarão para a vida. Mas eu estive oito anos no FC Porto, portanto estive o tempo que tinha de estar. Sinto-me realizado com o que fiz. Agora a vida é para a frente. A vida é um mundo.

Gostava de regressar ao FC Porto ou a Portugal?

Sinceramente, não faço questão disso. Faço questão de voltar ao meu país para viver, isso sim. Viver aqui na Arábia é viver com boas condições, mas os dias são sempre iguais. Quando tenho oportunidade de dar um salto a Portugal, é uma alegria que toma conta de mim. Portugal é um país pequenino, mas que tem tudo. Nós quando estamos fora, damos muito mais valor ao que temos em Portugal. Já quando estamos em Portugal, queixamo-nos do que temos. Mas depois vimos para fora e, aí sim, sentimos que Portugal é o nosso cantinho.

E em termos profissionais?

Em termos profissionais, se houver oportunidade um dia, talvez. Mas, sinceramente, tenho muito mais definido na minha cabeça o objetivo de um dia chegar à Liga Inglesa do que de regressar a Portugal. E quem diz a Liga Inglesa, diz a Liga Espanhola. Chegar a uma grande Liga. E jogar a Liga dos Campeões outra vez. Essa é a gasolina que me motiva.

Desde que o Vítor Pereira já saiu do FC Porto já se falou do seu regresso e já se falou também da hipótese de treinar o Benfica. Houve ou não houve propostas para voltar a treinar um grande em Portugal?

Houve uma ou outra abordagem que não chegou a concretizar-se numa proposta ou numa reunião. E não se concretizou porque foi em alturas em que eu estava a treinar: tinha clube e nem sequer equacionei as hipóteses. É como disse: um dia pode acontecer, mas sinceramente não é o objetivo que tenho. Se não tivesse passado num grande e não tivesse ganhado títulos... Mas como já o fiz e neste momento quero ir aonde não fui. Quero provar o meu valor numa grande Liga europeia.

Consegue destacar um só momento de toda a sua carreira de treinador?

Só pode ser uma: aquela que me fez tremer e tremer todos os portistas [golo de Kelvin]. Ainda hoje vou a todo o lado e as pessoas falam-me daquele momento. Acho que foi especial e marcou todos os que lá estavam. A emoção era tanta, a energia era tanta, que eu senti a terra a tremer.  A vibração era tão grande que parecia que o Estádio do Dragão estava a abanar. Foi um momento que ficará para sempre gravado em quem o viveu. Foi seguramente o momento mais marcante da minha carreira.

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