Analistas. Descontentamento limita interferência do Irão no Médio Oriente

7 meses atrás 82

"Uma combinação de mísseis, 'drones' armados, barcos cada vez mais rápidos no Golfo Pérsico, e a rede de representantes, o chamado 'eixo da resistência', deram ao regime a sensação de que projeta poder", afirmou o analista do Middle East Institute, Alex Vatanka.

Durante o debate organizado pelo Instituto britânico de Relações Internacionais Chatham House, afirmou que "esta força é de facto muito ténue, não é profunda, é muito frágil em muitos aspetos". 

Este analista iraniano, autor do livro 'The Battle of the Ayatollahs in Iran: The United States, Foreign Policy, and Political Rivalry since 1979' [A Batalha dos Ayatollahs no Irão: Os Estados Unidos, a Política Externa e a Rivalidade Política desde 1979], considera que "o regime está num momento muito precário neste momento".

"O facto de, nos próximos dias, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hassan Amir Abdullahi, se deslocar a Islamabad para, essencialmente, pedir desculpa pelo ataque ao Paquistão em 16 de janeiro, é porque sabem que, por vezes, mordem mais do que conseguem mastigar".

Segundo Tatanka, o descontentamento generalizado no Irão contra o aiatollah Ali Khamenei e contra os Guardas Revolucionários na região limita a capacidade de interferência regional.

A analista da organização Human Rights Watch Tara Sepehri Far reforçou esta ideia, referindo que, apesar de já não estar nas notícias, continua a existir um movimento de oposição contra o regime desde as manifestações em defesa dos direitos das mulheres após a morte de Mahsa Amini em 2022. 

"Hoje, 61 mulheres presas políticas estão a iniciar uma greve de fome em protesto contra a última execução que teve lugar há alguns dias", revelou durante o seminário intitulado "Compreender o papel do Irão na desestabilização regional". 

Esta especialista em temas do Médio Oriente e Norte de África diz que "o ativismo é apenas a superfície da transição que está em curso há muitos anos no Irão e que continua a evoluir".

Abdolrasool Divsallar, investigador no Instituto das Nações Unidas para a Investigação sobre o Desarmamento, não tem dúvida de que o Irão tem relações com os rebeldes iemnitas Huthis que têm estado a atacar barcos no Mar Vermelho. 

Os Huthis fazem parte do chamado "eixo da resistência", uma aliança informal do Irão e Síria com os libaneses Hezbollah, palestinianos Hamas contra Israel e Estados Unidos

"O que Teerão está a fazer é usar este momento como uma oportunidade para mudar a perceção da ameaça dos Huthis" da Arábia Saudita para Israel e os EUA, afirmou.

A estratégia, afirma, é desgastar os inimigos, obrigando-os a gastar mais recursos durante mais tempo. 

"O Irão está a tentar impedir que os EUA ou Israel tenham a capacidade de obter uma vitória decisiva num curto espaço de tempo", explicou.

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