Anatel vai acabar com 2G e 3G no Brasil. O que está em causa?

2 meses atrás 86

Num futuro próximo, é esperado que apenas aparelhos compatíveis com as redes 4G e 5G possam ser comercializados no país da América Latina. Esta é uma mudança significativa que promete influenciar tanto consumidores quanto empresas.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), equivalente à portuguesa Anacom, está a dar um grande salto para o futuro da conectividade no Brasil. Numa recente iniciativa, a agência brasileria começou a incentivar as operadoras a fortalecerem o sinal da rede 5G em todo o país. Além disso, decidiu abrir uma consulta pública crucial. Esta consulta visa revisar e possivelmente atualizar os critérios técnicos para a homologação de novos dispositivos móveis, com o objetivo principal de descontinuar a venda de aparelhos que operam apenas em redes 2G e 3G.

A proposta, encabeçada pela Conexis Brasil Digital em setembro de 2023, procura não só a modernização do mercado de rede móvel, mas também uma gestão mais eficaz do espetro radioelétrico. O fim esperado é que apenas aparelhos compatíveis com as redes 4G e 5G possam ser comercializados no país no futuro próximo. Esta é uma mudança significativa que promete influenciar tanto consumidores quanto empresas.

Porquê?

Os equipamentos que operam exclusivamente em redes 2G e 3G já são considerados ineficientes quando se trata de uso do espetro. Além disso, o isolamento tecnológico desses dispositivos os torna cada vez mais obsoletos e onerosos de se manter. Com a evolução constante das necessidades digitais e a chegada do 5G, as tecnologias anteriores já não conseguem responder às novas necessidades do mercado de forma satisfatória.

Este fim é negativo?

Entidades como a Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (ABECS) e CPFL Energia ainda dependem significativamente das redes 2G e 3G para a operação de módulos específicos, como terminais de pagamento e telemetria de energia, respetivamente. Por outro lado, operadoras de grande porte, como TIM e Vivo, apoiam a transição, visualizando-a como uma oportunidade para impulsionar a sustentabilidade e eficiência de suas operações futuras, incluindo a implementação do 6G.

O que é que pretende a Anatel?

O processo de consulta pública ficará aberto por 70 dias, permitindo contribuições de diversos setores. Após esse período, novas discussões serão agendadas para rever os feedbacks e tomar uma decisão final. Se aprovadas, as novas regras de homologação podem desencadear uma modernização acelerada no parque tecnológico brasileiro.

A iniciativa da Anatel de fazer uma revisão aos requisitos de homologação representa um passo fundamental para o futuro da conectividade no Brasil, porque tanto alinha o país com as tendências globais de telecomunicações, como também enfatiza a importância da modernização infraestrutural. A expectativa é que essa mudança traga benefícios significativos, desde a melhoria na qualidade de serviço para o usuário final até ganhos em eficiência operacional e redução de custos para as empresas.

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