ANTEVISÃO | A Europa da redenção

É, literalmente, o tudo ou nada, especialmente numa fase de maior instabilidade de resultados. O Benfica joga, esta quinta-feira, em Glasgow, na Escócia, a 2ª mão dos oitavos de final da Liga Europa, frente ao Rangers, e sabe que tem que dar resposta à onda de resultados negativos recentes para dar a volta à situação e continuar em jogo nas provas europeias.

Têm sido semanas difíceis para o emblema da Luz, especialmente tendo em conta que se entrou na fase decisiva da época. Os clássicos com o Sporting (2-1) e FC Porto (5-0) deixaram clara marca e, logo a seguir, a 1ª mão com o Rangers (2-2) não foi uma ajuda a 100%, visto que se esperava uma vitória, para afastar fantasma. Essa resposta surgiu frente ao frágil Estoril (3-1), mas, curiosamente, depois de Roger Schmidt implementar alguma rotação da equipa e dar oportunidades.

Contudo, espera-se nova rotação da equipa, com os habituais pesos pesados a regressarem à também habitual titularidade. Posto isto, Otamendi, João Neves, Rafa Silva e Di María devem todos regressar à titularidade, mas há dúvidas. Kokçu mantém-se, depois de uma boa exibição? Quem se junta a João Neves no miolo? E teremos Benfica com Rafa como falso avançado ou voto de confiança num dos pontas de lança puros? As mesmas dúvidas que o adepto encarnado terá, o Rangers também pode ter. Em jogos de maior exigência, no entanto, Roger Schmidt tem optado pelo falso avançado. Se teve sucesso ou não, outra história...

Virando a página para a turma de Ibrox, o momento de forma é bem distinto. O histórico clube escocês lidera de forma isolada o seu campeonato e, pouco antes do jogo com o Benfica, vinha de uma sequência de 11 vitórias, respirando confiança. A equipa, de resto, tem vivido um período de grandes ausências, especialmente no ataque, mas não tem tremido e até tem conseguido fazer sobressair novas peças.

Ora, uma dessas peças tem sido o português Fábio Silva, que aproveitou as ausências e abraçou um novo papel como «falso extremo». Vive um bom momento, assistiu na Luz e marcou no último jogo (0-2), pelo que deve continuar como titular. Fora isso, não se esperam grandes mexidas do técnico Philippe Clément, embora o belga vá ser obrigado a substituir o seu «saca-rolhas», Dujon Sterling, que se lesionou. O jovem McCausland está em dúvida, mas é a opção mais forte, a par de Matondo.

Decisão para desempatar

Rangers e Benfica apenas se encontraram três vezes na história, todas na Liga Europa e todas nos últimos quatro anos. Todas deram empate e a tendência parece, por isso, óbvia, mas, agora, mesmo que haja empate no tempo regulamentar e prolongamento, só haverá um vencedor. A jogar em casa, a sua fortaleza, o Ibrox Stadium, o Rangers costuma mandar e terá aí o seu 12º jogador. O Benfica terá mais esse obstáculo, mas, afinal, é disto que são feitas as noites históricas europeias.