Antigo senador condenado a perpétua por planear morte de líder do Haiti

Um antigo senador haitiano foi condenado, esta terça-feira, a prisão perpétua por um juiz em Miami, no estado norte-americano da Florida, por ter ajudado na conspiração que matou o presidente do Haiti, Jovenel Moïse, em 2021.

As autoridades norte-americanas que estão a investigar o caso detiveram onze pessoas na sequência da morte de Moïse, concluindo-se que o plano do homicídio foi desenhado por pessoas no Haiti e na Florida. O grupo contratou mercenários para raptar e matar o presidente, que foi assassinado na sua casa em Port-au-Prince, a 7 de julho de 2021.

Após a morte do presidente, o Haiti mergulhou numa profunda crise política, social e humanitária, acrescentando o caso a uma a cascata de eventos no país, desde o terramoto de 2010 à passagem do furacão Matthews, em 2016. O país vive agora a braços com enorme onda de violência promovida por gangues criminosos na ilha e já pediu a intervenção do Conselho de Segurança da ONU.

John Joel Joseph é a terceira pessoa a ser condenada no caso. Joseph é um reputado político no Haiti e um opositor do partido de Moïse, tendo sido extraditado para os EUA a partir da Jamaica, acusado de conspirar para cometer homicídio e rapto fora do país e providenciar material que apoiasse um homicídio, entre outras acusações.

Segundo explicou a NBC News, o suspeito já tinha assinado uma admissão de culpa, na esperança que a sua pena fosse reduzida, prometendo cooperar coma s autoridades. O juiz José E. Martínez deu a sentença máxima de prisão perpétua, sendo que a pena pode ir caindo ao longo dos anos, mas fê-lo depois de Joseph ter reafirmado no julgamento que nunca foi sua intenção matar o antigo presidente do seu país.

As outras duas pessoas condenadas no caso foram o empresário chileno e haitiano Rodolphe Jaar e o antigo militar colombiano Germán Alejandro Rivera García. Ambos foram condenados a prisão perpétua. Um outro suspeito, Joseph Vincent, com dupla nacionalidade haitiana e americana e antigo informador confidencial de autoridades federais, também admitiu a culpa no caso e conhecerá a sua sentença em fevereiro de 2024.

Outros sete detidos aguardam julgamento na Florida.

Além dos participantes no plano que foram detidos e que se encontram sob a custódia dos norte-americanos, há ainda 20 antigos soldados colombianos que participaram no grupo de mercenários responsável pela morte de Jovenel Moïse. O governo haitiano já deteve mais de 40 pessoas ligadas ao caso.

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