António Vitorino: “Rivalidade entre EUA e China pode abrir espaço a outras potências”

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Ex-diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações referiu, no Congresso Nacional da Associação da Hotelaria de Portugal que decorre na Madeira até sexta-feira, que há países com “enorme potencial” como o Brasil e o México, mas que “não se sabe se serão capazes de o aproveitar”.

O ex-diretor geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino, alertou que a rivalidade entre os Estados Unidos da América e a China pode abrir espaço ao aparecimento de outras potências, e sublinhou que existem países com um “enorme potencial” como o Brasil e México mas que “não se sabe se serão capazes de o aproveitar”.

António Vitorino considerou que esta rivalidade entre os Estados Unidos e a China levou a que a Rússia, numa política expansionista, procura-se anexar a Rússia.

“O cálculo de Putin era que os Estados Unidos estariam demasiados focados no confronto com China, e estariam menos focados na Ucrânia. Fez a invasão no princípio que os Estados Unidos estariam manietados no apoio à Ucrânia“, disse António Vitorino, no Congresso Nacional da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre até sexta-feira, e que tem a Madeira como palco.

“Mas o cálculo estava errado”, acrescentou o antigo dirigente da Organização Internacional para as Migrações, que afirmou que a Ucrânia “não pode perder” a guerra. “Não pode acontecer”, vincou António Vitorino, que acrescentou que Putin “sabe que o tempo joga a favor dele. E isso está-se a confirmar. O impasse no congresso norte-americano joga a favor dele e a vitória de Trump”.

António Vitorino disse também que existem potências emergentes como a Índia e a Turquia e que há países com potencial enorme como o Brasil e o México, mas “não sabe se serão capazes de o aproveitar”.

O antigo dirigente internacional para as migrações disse que o Brasil está envolvido numa estratégia dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) em que há “vários vulnerabilidades e debilidades” pelo que não sabe se o Brasil adotou a estratégia correta.

António Vitorino referiu que o Brasil está a apostar num mundos dos BRICS, adiantando que “não crê” que os países envolvidos nos BRICS “tenham o músculo financeiro necessário para construir um mundo alternativo”.

Este responsável adiantou ainda que só se resolvem as desigualdades mundiais se “houver capacidade financeira global que não é exclusivo do mundo ocidental, mas que tem de contar com o mundo ocidental”, e sublinhou que as migrações são dos temas mais decisivos ao nível mundial.

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