“Apagão”. FNAM acusa Governo de “limpeza artificial propagandística” nos médicos de família

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Ao invés de criar condições de trabalho para atrair e fixar médicos no SNS, os médicos acusam o Governo de “insistir na engenharia administrativa para camuflar debilidades”.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusou esta quarta-feira o Governo de gerar um apagão que serviu, no entender dos clínicos para “camuflar a falta de médicos de família” e que irá gerar uma “sobrecarga de trabalho” nesta classe profissional.

Em comunicado, os médicos recordam que há 1 milhão e 700 mil pessoas sem médico de família e que o Governo, ao invés de criar condições de trabalho para atrair e fixar médicos no SNS, tem vindo a “insistir na engenharia administrativa para camuflar debilidades”: “Trata-se de uma limpeza artificial, um apagão, cuja intenção é meramente propagandística”, acusa a FNAM.

“Os médicos de família foram contactados pelos Agrupamentos dos Centros de Saúde para que, até dia 19 de janeiro, atualizassem os dados pessoais dos utentes, passando para os centros de saúde essa responsabilidade, e para os utentes as eventuais consequências. Como essa atualização não é possível ser feita no prazo dado para o efeito, e como sabemos que entre 15% a 20% dos utentes não têm os dados completos, podemos esperar uma redução absolutamente artificial da dimensão das listas de utentes”, estimam os médicos.

Para a FNAM, “tratam-se de dados que deviam ser revistos a nível central, e de necessidade duvidosa no que aos cuidados de saúde diz respeito. Dados como o Número de Identificação Fiscal ou o número da Segurança Social, por exemplo, mas também o cartão de cidadão para recém-nascidos, são alguns dos exemplos que podemos dar para ilustrar o absurdo”.

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