APEF alerta Governo para diretiva que está a ser analisada pela Comissão Europeia sobre mega camiões

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Na opinião da APEF, se a Comissão Europeia aprovar esta proposta sem alterações, as medidas propostas vão ter “consequências desastrosas do ponto de vista socioeconómico e de sustentabilidade”.

A Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF) escreveu uma carta na qual alerta que o Parlamento Europeu está em processo para aprovar uma emenda à diretiva de pesos e dimensões, que vai facilitar a circulação de mega camiões nas estradas europeias. Uma proposta que se for aprovada pela Comissão Europeia vai ter “consequências desastrosas do ponto de vista socioeconómico e de sustentabilidade”.

A carta foi remetida ao secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco, e aos reguladores nacionais do setor, AMT e IMT.

Miguel Rebelo de Sousa, diretor-executivo da APEF, afirma que “a APEF considera esta aprovação um retrocesso no caminho que tinha sido traçado pelo Estado português e pela própria Comissão Europeia, e apresenta as suas reservas sobre a mesma, esperando que a posição nacional sobre esta matéria seja coerente com o que tem sido apresentado ao longo dos últimos anos”.

“Já contactámos o Governo e os Reguladores nacionais, informando-os sobre este tema e pensamos que esta informação é relevante e deve ser dada a conhecer aos Eurodeputados portugueses, que são quem pode votar contra. Com esta medida, prevemos um aumento da quota modal da rodovia e um aumento das emissões de CO2 dos transportes, o que vai contra os objetivos de descarbonização dos transportes, o que consideramos de difícil compreensão”, revela Miguel Rebelo de Sousa.

As associações europeias, CER, UIC, UIP, UIRR e ERFA, realizaram um estudo onde se conclui que a “diminuição de restrições sobre a circulação dos Mega camiões, ou veículos modelares europeus, irá implicar a descida dos fretes no mercado do transporte de mercadorias de curta distância e elevada frequência, que é o segmento que se prevê que cresça de forma mais dinâmica nas próximas décadas para todos os modos de transporte terrestre”.

O mesmo estudo refere ainda que os objetivos europeus para a transição modal vão ser “drasticamente prejudicados”, uma vez que “o aumento proposto do peso bruto admissível dos Mega camiões e a autorização dos mesmos conduziriam, em média, a uma transferência modal inversa de até 21 % para todos os segmentos ferroviários e de 16 % para o transporte combinado”.

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