Numa altura sensível para o FC Porto, Pinto da Costa, presidente dos dragões, concedeu uma entrevista ao programa «Primeira Pessoa», da RTP, onde abordou os mais variados temas, incluindo a questão do nome do Estádio, os treinadores que mais o marcaram e o Apito Dourado. «Nas positivas, a primeira grande sensação é a vitória da Champions em 1987. No meu programa eleitoral afirmei que o FC Porto teria que estar numa final europeia e recordo-me que o engenheiro Armando Pimentel disse para não o colocar, por ser impossível. Em 1984 estávamos numa final europeia, que perdemos bem gamadinhos. Quando acabou a final, disse que era o intervalo e que tínhamos que ganhar uma. A inauguração do Estádio do Dragão foi um momento fantástico pela forma como foi conduzido o processo anti-estádio. Se me dissessem para escolher os dois momentos mais felizes destes 40 anos, escolhia esses dois» «Ao longo da minha carreira foram todos importantes. Há um que vai ficar sempre, que é o Sérgio Conceição, porque foi uma opção minha, contra a vontade de muita gente. Tinha a certeza que ia triunfar. Além de treinador, vai ficar para a vida como um amigo. Para mim é mais do que um afilhado. Vejo-o quase, não digo como um filho, mas como um irmão mais novo. Em termos de treinador/pessoa, o Bobby Robson e o Mourinho foram os que me marcaram» «Hoje em dia a relação é ótima. Criei grandes amizades com treinadores, como o Engenheiro Fernando Santos, que é como meu irmão» «Entrei em 1982 e tinha a melhor relação com jornalistas dessa época. Íamos fora e eles íam connosco, tínhamos almoços oficiais, à noite ficávamos no bar até altas horas. Em 1987 recebi o prémio de dirigente do ano do jornal Record e tenho uma placa que recebi nesse ano, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, do Correio da Manhã, com o prémio de dirigente com melhores relações com os jornalistas. Entretanto o Correio da Manhã foi vendido e só não dão a notícia da minha morte porque ainda não podem. Vontade não lhes falta. Eu sou o mesmo. Não mudei. Eles é que mudaram, porque viram que o FC Porto já não é o clube simpático e passou a ganhar. Tornaram-se inimigos e eu compreendo. É só porque o FC Porto está a ganhar. Não me considero um santinho, mas sou inteligente o suficiente para perceber que quando certos jornalistas mostram a sua independência, não é verdade. A relação com os jornalistas hoje é mais difícil por causa das administrações e donos dos jornais» «Não devo ser eu a dizer isso, mas muita gente responsável já o disse. É inevitável e indiscutível e a prova é que me pergunta isso. Eu defendo a regionalização. Não a querem, então assumam-na e retirem-na da legislação» «Isso não foi difícil, porque soube sempre que não tinha pernas para andar. Sabia como tinha nascido, criado e tinha a certeza que tudo o que diziam não podiam dar nada, porque não deu. Detido? Para isso, basta eles quererem. Tinha a certeza que não havia razão, porque foi tudo montado, não tinha dúvida» «Estou a fazer, tenho feito. Só vou publicar quando deixar o FC Porto, seja dois meses, dez anos, cem anos. Porquê? Porque sei que vai ter grande impacto. Não quero ser nada no FC Porto a não ser sócio quando isso sair. Não é a minha verdade. É a verdade. A deles já foi provado que era mentira, porque não conseguiram prová-lo em tribunal e culpar-me de alguma coisa» «Tinha boas relações, tinha. Continuo a dar-me com Luís Filipe Vieira. Ainda agora no Natal mandou-me as boas festas. Eu só mando aos amigos. Retribui. Falar com ele durante o processo? Na altura não falei, porque era proibido, mas mais tarde falei. Disse que tinha de aguentar, para ter paciência e que se estivesse inocente que não tivesse preocupação. Até lhe falei no Apito Dourado. Se você tem a consciência tranquila, como espero, não tem nada que ter problemas. Agora, se meteu o pé na argola, olhe, aguente» «Quem recebeu e viveu este período é que o tem que dizer. A minha filha diz que o FC Porto é o irmão mais velho dela. Na simplicidade do comentário, acho que é isso» «Fico mais à rasca quando me elogiam publicamente do que quando assobiam. Não sou presidente por ambição, mas sim por missão. Se for presidente novamente é porque acho que ainda tenho algo a cumprir. Tenho tanta coisa que me preocupa e que quero fazer no FC Porto, que não tenho tempo para pensar em eleições» «Será sempre com o meu desacordo. O Dragão tem tanta força... Ainda venho do outro lado. Só de me verem assustam-se»Melhores memórias
Treinadores que mais marcaram
Relação com Mourinho
Relação com os Media
FC Porto como alavanca da região Norte
Apito Dourado
Livro sobre o Apito Dourado
Relação com Luís Filipe Vieira
Maior legado
Candidatura à presidência
Mudar nome do estádio para Pinto da Costa