Após 84 anos, FBI devolve quadro de Monet confiscado por nazis a judeus

11 horas atrás 21

Ao fim de 84 anos, um quadro de Claude Monet e sete outras obras de arte que tinham sido confiscadas pelo regime nazi regressaram às ‘mãos’ dos seus proprietários, graças à ação do FBI e de uma organização sem fins lucrativos sediada na Grã-Bretanha, que localizaram os trabalhos nos Estados Unidos.

Tudo começou em 1940, quando os nazis confiscaram as obras de arte de Adalbert ‘Bela’ e Hilda Parlagi, um casal judeu que foi forçado a fugir da sua casa em Viena, após a Áustria ter sido anexada à Alemanha de Adolf Hitler.

No fim da guerra, o homem procurou os seus quadros, sem sucesso, até morrer, em 1981. O filho seguiu os seus passos, também até morrer, em 2012, noticiou a agência Reuters.

Contudo, esta quarta-feira, as netas de Parlagi, Helen Lowe e Françoise Parlagi, ‘reencontraram-se’ com os quadros, particularmente o de Monet.

"É um ato de justiça que se devolva a obra. Tem um enorme significado sentimental para a família", disse Anne Webber, copresidente da Comissão para a Arte Saqueada na Europa, a organização sem fins lucrativos que começou a ajudar os herdeiros de Parlagis em 2014.

‘Bord de Mer’ remonta a 1865 e retrata a costa da Normandia, em França. Em 1938, a família guardou o quadro num armazém, que foi, em 1940, confiscado pelos nazis, e vendido em leilão no ano seguinte.

O FBI envolveu-se no caso em 2021, depois de a organização britânica ter apurado que um negociante de arte de Nova Orleães tinha adquirido o quadro em 2017 e o tinha vendido a colecionadores privados em 2019. A obra foi recuperada em 2023, após ter surgido numa galeria em Houston, onde estava novamente à venda.

Segundo o FBI, os proprietários não se tinham apercebido de que se tratava de um quadro confiscado pelos nazis e devolveram-no voluntariamente.

"Embora este Monet seja indubitavelmente valioso, o seu verdadeiro valor reside no que representa para a família Parlagi", considerou o diretor-adjunto responsável pela delegação do FBI em Nova Iorque, James Dennehy.

Já em março, a família recuperou também um desenho a giz do compositor alemão Richard Wagner, da autoria de Franz von Lenbach, depois de a organização sem fins lucrativos o ter localizado no Museu Albertina, em Viena.

Ainda assim, a família continua à procura de seis outras obras, incluindo uma aguarela assinada por Paul Signac, intitulada de ‘Seine in Paris’, pelo que a investigação do FBI continua em curso.

Cerca de 90% das obras de arte e outros bens confiscados pelos nazis continuam desaparecidos, de acordo com Webber.

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