Na sétima ronda da Liga, o Arouca dividiu as nuvens carregadas com o AVS. Apesar da primeira parte, com a vantagem garantida por Jason, os anfitriões sucumbiram à pressão dos avenses, e por pouco não sofreram a reviravolta.
Face ao castigo de Yalcin – avançado turco explulso na visita ao Dragão – Gonzalo García devolveu Jason ao onze, adiantando Trezza para o centro do ataque.
O treinador uruguaio contou com os regressos de Henrique Araújo e Loum, ambos suplentes. O avançado emprestado pelo Benfica e o médio ex-FC Porto falharam as últimas jornadas, por lesão.
No AVS, Vítor Campelos colmatou as lesões de Roux e Piazón com as apostas em Jorge Teixeira e Luís Silva, esta tarde capitão dos visitantes.
No final da tarde deste sábado, a aproximação da chuva foi coincidente com o golo do Arouca. Ao controlar a construção ofensiva, e remetendo os avenses à respetiva área, os comandados de García aplicaram o primeiro ensaio aos 11 minutos, por Jason. Ainda que o remate do espanhol tenha saído torto, era o «trailer» do primeiro tempo.
Fixando as investidas pelas laterais, Jason contou com o apoio de Ivo Rodrigues, Sylla e Trezza para mirar a área de Ochoa. Uma vontade efetivada quando o desenho tático do Arouca foi reajustado.
Com Sylla na esquerda, Jason no meio e Ivo à direita, os anfitriões capitalizaram os espaços na defesa forasteira, ora com diagonais, ora com rápidas tabelas.
Depois de Ochoa negar o golo da Ivo Rodrigues, em cima da meia hora, o guardião mexicano nada pôde fazer para travar o míssil de Jason, dois minutos mais tarde. Beneficiando de uma sucessão de ressaltos à entrada da área avense, Trezza acalmou o esférico, antes de Jason encher o pé, em zona frontal.
De regresso à condição de titular, o avançado espanhol conseguiu, por fim, a estreia a marcar nesta edição da Liga. Quiçá, o encontro desta tarde seja o primeiro capítulo de um renovado quarteto ofensivo de sucesso na Freita.
Atordoados, os avenses poderiam ter encaixado o 2-0 meros segundos após o reatar do encontro. Oferecida a posse aos anfitriões, Jason cruzou pela direita e o cabeceamento de Ivo Rodrigues foi suficiente para assustar Ochoa, que viu o esférico tirar tinta ao poste direito.
O princípio da reação avense
Ante de cair a noite, o Municipal de Arouca foi encoberto pelo pesadelo de Jorge Teixeira. Aos 37 minutos, e numa raríssima oportunidade, o defesa central foi incapaz de capitalizar um desvio errado do homólogo Popovic. Perante Mantl, o defesa do AVS atirou por cima.
Em todo o caso, foi o mote para o AVS assumir, pela primeira vez na partida, a batuta.
Até ao intervalo, David Simão e Fukui reforçaram a linha defensiva, frustrando os passes bombeados nas laterais.
Reajustar e sofrer
Mantendo a toada que encerrou a primeira parte, os comandados de Campelos fixaram unidades no ataque. Mas, a intenção do treinador do AVS apenas foi cumprida a partir do minuto 65, quando Zé Luís, Akinsola e Vasco Lopes renderam Luís Silva, Kamate e Mercado.
Entre trocas e reajustes táticos, os avenses conquistaram a mais importante oportunidade. Estavam decorridos 75m, quando Fontán agarrou Zé Luís, que aproveitou o contacto para cair na grande área.
Convidado a assinar a estreia a marcar na Liga, Gustavo Assunção agradeceu, rematou para o meio e reforçou o alento da turma de Campelos.
Cinco minutos volvidos, Vasco Lopes foi incapaz de acumular novos créditos no objetivo de conquistar a titularidade. Após defesa de Mantl, o extremo atirou por cima, quando estava solto na «boca» do golo.
Nos derradeiros minutos, Zé Luís e Rodrigo Ribeiro foram os últimos a almejar a reviravolta, antes de o AVS recuar para guardar um ponto, o primeiro longe da Vila das Aves.
Assim, os comandados de Vítor Campelos encaixam o segundo empate consecutivo, totalizando nove no décimo posto. Numa fase em que guardam quatro pontos de vantagem sobre a linha de água, o AVS aproveitará a pausa competitiva para preparar os próximos desafios na Taça de Portugal – no reduto d’Os Sandinenses, a 20 de outubro – e da Liga.
Na nona ronda, os avenses receberão o FC Porto, na noite de 28 de outubro (20h15).
Quanto ao Arouca, os «Lobos» permanecem no 13.º lugar, agora com sete pontos. Os «Lobos» aguardam pelo desfecho da jornada para conhecer a posição na tabela, na certeza de que a linha de água está a dois pontos.
Os comandados de Gonzalo García visitarão o Maria da Fonte a 20 de outubro, para a Taça de Portugal, e o Estoril, para a Liga, na tarde de 26 de outubro (15h30).
A Figura: Jason
De regresso aos golos, o avançado espanhol brilhou na primeira parte, liderando a transição ofensiva. Combinando, nomeadamente, com Ivo Rodrigues, a dupla terá a lamentar as oportunidades falhadas até ao intervalo, capitais para conter a reação do AVS.
Terá sido a exibição ideal para Jason exigir a titularidade, algo há um ano indiscutível.
O momento: Assunção castiga os «Lobos»
A partir dos 35 minutos, os pupilos de Vítor Campelos garantiram a iniciativa ofensiva. Ajustada a estratégia, meia-hora volvida, Gustavo Assunção beneficiou da garra de Zé Luís e Vasco Lopes.
Resposta a igualdade, o AVS até espreito a reviravolta, mas sem engenho. Por isso, contentou-se com um ponto.
Mais/menos: intermitência enervante
Ora o AVS até ao intervalo, ora o Arouca até ao minuto 90. Os anfitriões acomodaram-se na defesa face à vantagem, enquanto os forasteiros demoraram a encontrar a via da construção e, consequentemente, das oportunidades de golo.
Ao analisar os onzes, parece evidente que há alterações por fazer, sobretudo no AVS. Vasco Lopes continua a somar créditos e, uma vez mais, despertou o ataque dos avenses. Em simultâneo, Zé Luís vai retomando a forma ideal, espreitando também a oportunidade enquanto titular.
No Arouca, Henrique Araújo e Loum são trunfos de Gonzalo García. Em todo o caso, entende-se a condição de substitutos nesta tarde, uma vez que regressaram de lesão.
Quando em campo estiverem os mais talentosos, então o jogo será a recompensa justa para os corajosos que ignoraram a «tempestade» no sopé da Freita e visitaram o Municipal de Arouca.