As axadrezadas passas do Algarve

7 meses atrás 73

«Passar as passas do Algarve». Expressão popular utilizada para retratar quem experiencia situações complicadas, grandes dificuldades, missões hercúleas. As axadrezadas passas do Algarve viveram-se este domingo, na 19ª jornada da Liga Portugal Betclic, quando o Boavista perdeu (1-4) diante do Portimonense.

A bonita tarde no Bessa não fazia prever o trágico (e repentino) desfecho. 6917 panteras nas bancadas — setor visitante sem registo de uma alma —, sol, confiantes cânticos e uma sentida homenagem a Mané, diretor da formação caseira, que faleceu. Em campo, os 22 escolhidos procuraram replicar o bom ambiente vivido fora das quatro linhas.

Tiros nos pés

Os boavisteiros não entraram mal. Seba Pérez foi o que esteve em melhor plano; inteligente, certeiro e criativo, descobriu várias vezes espaço na direita, onde Agra ou Malheiro tentaram desequilibrar. Bozeník procurou mostrar a reconhecida veia goleadora, mas golos, no primeiro tempo, só para os visitantes.

Se o Portimonense criou uma confortável vantagem, foi também pelos erros fatais dos axadrezados. Makouta e Reisinho perderam bolas no meio-campo e, com mérito, os algarvios aproveitaram; desdobraram-se para o ataque e, orquestrados por Carlinhos, fizeram dois golos sem resposta (Varela e Jasper). O terceiro surgiu de livre — um curto toque para a direita inutilizou a barreira e, num remate que nem foi dos mais colocados, a vantagem subiu de tom.

Demasiadas marés para remar

Após o descanso, os da casa voltaram a entrar melhor. Malheiro testou os reflexos de Nakamura, que teve mais trabalho no segundo tempo. Entre algumas perdas de tempo e dribles entusiásticos de Hélio Varela, o Portimonense tentou discutir o jogo, isto até ao tento axadrezado. Makouta, até então a rubricar uma exibição sofrível, desviou um canto ao primeiro poste e reduziu a desvantagem,

Daí em diante, as intenções ofensivas dos alvinegros perderam expressão. O Boavista chegou ao último terço com facilidade e a maior dificuldade foi mesmo controlar a imprevisibilidade do tapete. Castigado, o relvado roubou duas oportunidades de ouro a Bozeník, que terminou em branco. Até ao apito final, ainda houve tempo para Luan Campos anotar o 1-4.

Desta forma, o Portimonense ultrapassou o Boavista na classificação. Os algarvios subiram ao nono posto e os boavisteiros, até ver, desceram ao décimo. Ainda assim, ambos os conjuntos continuam pontualmente próximos da zona vermelha da tabela.

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