Associação de Jovens Agricultores defende revisão de estratégia para os cereais

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A Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) defendeu também apoios suplementares, devido ao aumento dos preços, aplicáveis à atual campanha de cereais.

A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) defendeu que, com a entrada do novo Governo em funções, a estratégia para os cereais “deve ser revista” e se tornar “realista e exequível”, sob risco de os agricultores continuarem a abandonar o seu cultivo, o que poderia levar ao acentuar da descida nas áreas de produção.

A AJAP defendeu também apoios suplementares, devido aos preços, ainda nesta campanha de cereais de 2024.

“Os cereais em Portugal equivalem a 3,5% da produção agrícola nacional, representando o milho em grão a componente com maior peso na produção de cereais (56%), seguida do trigo (19%) e do arroz (16%). Em termos regionais, na produção de cereais destaca-se a região do Alentejo (63%) depois a região Centro (22%), não se verificando grandes alterações desde 2005, com exceção para o milho, que no caso do Alentejo, por via do Alqueva, tem aumentado a área de cultivo. O Alentejo, em termos de área representa (95% trigo duro nacional, 73% trigo mole, 80 % aveia, 89% cevada), e 12% do total nacional da área de milho”, disse a associação.

Sublinhou ainda que o preço estimado para a campanha de 2024, para o trigo e cevada, “pode vir a ser mais baixo” do que antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, um cenário “arrasador” para os produtores, uma vez que todos os custos dos fatores de produção “dispararam” devido à inflação e à guerra.

“O choque inicial de aumentos foi brutal, mas o que é certo é que, aos dias de hoje, a média do aumento dos preços dos fatores de produção, nomeadamente os mais utilizados, ainda se cifra na casa dos 30%, falamos dos combustíveis, eletricidade, máquinas, fertilizantes, produtos fitofarmacêuticos, sementes e mão de obra”, disse a AJAP.

A associação entende que a Europa deve apoiar a Ucrânia, mas salienta que a “entrada maciça de cereais daquela proveniência a baixo custo, também por via da diminuição de tarifas ou até mesmo a sua inexistência, não deveria afetar e agravar, como está a acontecer, a situação já de si débil, que os agricultores produtores de cereais europeus têm passado e estão a atravessar”.

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