Ataque a Montenegro? "Não há pessoas do BE neste tipo de movimento"

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, rejeitou, esta quarta-feira, que haja apoiantes do partido ligados ao movimento climático que hoje levou a cabo um ataque contra o líder do PSD, Luís Montenegro. 

"Não há pessoas do Bloco de Esquerda neste tipo de movimento", disse a bloquista, em declarações aos jornalistas durante uma arruada em Moscavide, Lisboa. "Tenho ouvido algumas insinuações, não percebo a que é que se referem. Se alguém tem provas de alguma coisa acho que deve avançá-las. O debate democrático faz-se assim mesmo, com clareza", acrescentou.

Posteriormente, a coordenadora do BE voltou a repudiar o ataque contra o líder social-democrata.

"O Bloco desde o primeiro momento repudiou e repudia este tipo de ações. O direito democrático não pode ser condicionado. Nada justifica o condicionamento do debate democrático e a livre ação dos candidatos e candidatas às eleições legislativas em Portugal", rematou.

Recorde-se que o presidente do PSD foi atacado com tinta, durante uma visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), no âmbito de uma ação de campanha eleitoral da AD.

Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram entretanto a ação em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática". Inicialmente, o movimento Climáximo chegou a ser associado a esta ação.

Aborto? "Essa Direita foi derrotada, essa Direita perdeu" 

Mariana Mortágua acabou ainda por comentar as declarações de Paulo Núncio, vice-presidente do CDS-PP, que defendeu que deve ser feito um novo referendo ao aborto. 

"Essa Direita foi derrotada, essa direita perdeu. Perderam. A sociedade ganhou, ganhou a civilização, ganharam as mulheres, ganharam os direito humanos. Essa Direita perdeu, está derrotada e não vai conseguir impor nenhuma outra lei que não seja um aborto seguro, livre. Mais nenhuma mulher em Portugal vai ser julgada ou condenada por uma interrupção da gravidez e essa é uma garantia que dou eu e dão todas  as mulheres em Portugal que lutaram por esta lei e que a vão defender com unhas e dentes", afirmou.

Criticando o facto de a Direita parlamentar se "atrever" a pôr em causa "uma lei que foi histórica em Portugal", a bloquista defendeu que quer que "ela seja verdade" uma vez que, embora o direito ao abordo seja um direito consagrado, "nem todas as mulheres" conseguem ter acesso a ele. 

"Vamo-nos debater para haver condições para que as mulheres possam exercer esse seu direito", defendeu.

"Também valorizo que nenhum partido da Direita parlamentar se atreva a pôr em causa – e esta campanha serviu para essa clarificação –  uma lei histórica e tão importante", reforçou ainda.

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