Ataque russo com armas nucleares? "Está completamente fora de questão"

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Major-General Isidro Morais Pereira

31 mai, 2024 - 11:20

Isidro Morais Pereira diz que Rússia vai ter mais cuidado depois da Ucrânia sido autorizada a usar armamento doado para atacar em solo Russo.

“Inevitável”. É desta forma que o major-general Isidro Morais Pereira avalia a decisão de Washington que Kiev aguardava: a Ucrânia pode usar o armamento doado pelos Estados Unidos contra alvos na Rússia.

A informação não foi ainda oficialmente anunciada pela Casa Branca, mas fonte próxima de Biden revelou-a a alguns órgãos de comunicação social americanos.

Em declarações à Renascença, Isidro Morais Pereira diz que esta permissão "abre uma capacidade muito maior da Ucrânia se defender dos ataques".

"Quando se fala de Kharkiv, de facto, não há forma da Ucrânia se defender eficazmente de alguns ataques que têm sido desferidos de Belgorod, um hub logístico de concentração de tropas russo. Tem sido dessa zona que a Ucrânia tem sido bombardeada por mísseis que a Rússia tem em grande quantidade e está a usar para atacar alvos terrestres”, explica o especialista em questões militares.

"É uma autorização que tinha de ser dada e está em linha com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas”, enfatiza.

Quanto à reação Russa, o major-general adianta que deverá passar por uma tática mais cuidadosa e distante do nuclear.

“Se Putin vai atacar a Ucrânia com armas nucleares? Digo já de forma perentória que não! Isso está completamente fora de questão porque tem havido muitos avisos dos Estados Unidos e dos países aliados da Rússia, como a China e a India que têm dito que o uso do nuclear é absolutamente inaceitável”.

No entanto, Moscovo, através do presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev já veio dizer que não está a fazer "bluff" quando fala de um possível uso de armas nucleares, aviso que chegou via rede social Telegram.

O major-general Isidro Morais Pereira lembra que a Rússia não está preparada para o nuclear.

“O que a Rússia vai fazer é ameaçar para ver se as populações ocidentais se acobardam e voltam a ter medo do holocausto e das armas nucleares, etc...”,

"Sabemos que o nuclear existe há muitos anos e foi usado duas vezes numa altura em que apenas um país o tinha. A partir da década de 50, quando mais do que um país começou a ter essas armas, o nuclear deixou de ser usado”, recorda o especialista.

"As próprias tropas russas não estão devidamente equipadas para atuar num ambiente nuclear”, acrescenta.

Os Estados Unidos não só vão permitir o uso de armas doadas em ataques diretos a território russo como no abate a aviões do inimigo.

“Os Estado Unidos permitem ainda que sejam abatidas aeronaves que transportem misseis que se destinem a atacar a Ucrânia. Permitem que com recurso ao sistema anti-aéreo norte americano estas aeronaves sejam abatidas mesmo quando ainda voam em solo russo”.

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