Ataques "indiscriminados" israelitas fazem 70 mortos nas últimas horas

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Guerra Israel-Hamas

05 jun, 2024 - 17:20 • Lusa

A sala de emergência do hospital Al Aqsa está sobrelotada, pois "há pessoas deitadas no chão" e "as camas não são suficientes".

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) indicou esta quarta-feira que o hospital Al Aqsa, centro da Faixa de Gaza, recebeu pelo menos 70 mortos e 300 feridos nas últimas horas, após ataques "indiscriminados" do exército israelita, denunciando uma "situação apocalíptica".

"As equipas médicas dos MSF, juntamente com as equipas desse hospital, estão a trabalhar 24 horas por dia. Esta manhã, os nossos colegas estavam a dizer-nos que o cheiro a sangue era insuportável", disse o coordenador de emergência dos MSF em Gaza, Paulo Milanesio, num vídeo divulgado pela organização não-governamental (ONG).

De acordo com Milanesio, a sala de emergência do hospital Al Aqsa está sobrelotada, pois "há pessoas deitadas no chão" e "as camas não são suficientes".

"Os sacos de cadáveres não param de chegar, a situação é esmagadora. É uma situação apocalíptica que já não podemos conter", relatou.

Milanesio denunciou que o recrudescimento dos ataques israelitas contra a Faixa de Gaza fez com que o sistema de saúde do enclave, já muito afetado pela guerra, continuasse a "colapsar", ainda mais quando a fronteira de Rafah, com o Egito, continua fechada e os fornecimentos médicos necessários não conseguem passar.

"Isto significa que o sistema de saúde já não é capaz de fazer face à situação. A situação é crítica. Não há maneira de cobrir todas as necessidades. Aqui em Gaza, os civis estão a morrer em grande escala", denunciou o coordenador dos MSF, que lamenta que "em Gaza não haja respeito pela vida das pessoas".

Milanesio voltou a reiterar o apelo da ONG para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde "é inaceitável que por ação humana continuem a morrer pessoas em grande escala".

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou mais de duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.

A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais tuteladas pelo Hamas.

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